Nos últimos meses, a indústria de semicondutores tem sido abalada pela expectativa em torno do novo processo de fabricação de 2 nanômetros. Com rumores de obleas custando cerca de 30 mil dólares, a situação parecia insustentável até mesmo para gigantes como Apple e Qualcomm. No entanto, fontes do setor na China revelam que o novo nodo N2 pode não ser tão drástico em termos de custo quanto se pensava inicialmente.
De acordo com o conhecido vazador “Smart Chip Insider” no Weibo, vários chipsets baseados no processo de 2 nm da TSMC estão avançando “normalmente” e devem chegar ao mercado em 2026. As melhorias esperadas em desempenho, consumo e área (PPA) seriam modestas, reduzindo assim o esperado aumento de preço em relação ao atual nodo de 3 nm.
As previsões indicam que o N2 oferecerá uma melhoria de aproximadamente 15% em desempenho e até 30% em eficiência energética em comparação com o N3E. Essa moderação representa uma mudança na abordagem da indústria, que anteriormente esperava saltos mais substanciais entre gerações.
A Apple é a principal indicação de que deve lançar o primeiro chipset utilizando o N2, com os novos modelos A20 e A20 Pro, que provavelmente serão parte da linha mais premium de iPhones em 2026. Qualcomm e MediaTek estão seguindo de perto, planejando migrar para a versão N2P do nodo de 2 nm com novos modelos de suas respectivas linhas de chipsets.
Entretanto, o verdadeiro desafio para os fabricantes poderá estar na memória LPDDR6, que promete ser significativamente mais cara que a LPDDR5X atual. A demanda crescente por DRAM e NAND, impulsionada pelo campo da inteligência artificial e os centros de dados, pode pressionar ainda mais os preços.
Se confirmado este cenário, os consumidores podem não enfrentar um aumento explosivo nos preços de dispositivos móveis e portáteis. Com um aumento moderado no custo por oblea, as empresas terão uma margem melhor para absorver os custos, utilizando otimizações de design e escalas de produção.
Em suma, o processo de 2 nm pode representar uma evolução contínua mais do que uma revolução, marcando a transição de um salto quantitativo para um qualitativo no setor de semicondutores. O foco agora poderá ser a combinação de tecnologias de software e arquitetura para maximizar a eficiência, ao invés de depender exclusivamente dos avanços nos processos de fabricação.






