O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) expressou profunda preocupação devido a um desastre natural ocorrido entre os estados de Darfur Central e Darfur do Sul, no Sudão. Intensas chuvas que se prolongaram por vários dias resultaram em deslizamentos de terra que podem ter causado a morte de pelo menos mil pessoas. A estimativa pode ser ainda maior, uma vez que o acesso limitado à área tem dificultado a chegada de equipes de socorro.
A região afetada, caracterizada por sua geografia montanhosa, tem demandado esforços urgentes. O coordenador humanitário interino no Sudão, Luca Renda, anunciou que a ONU e seus parceiros estão tomando medidas para garantir que a ajuda chegue rapidamente às pessoas necessitadas. As informações da Organização Internacional para Migrações (OIM) indicam que as chuvas também impactaram a localidade de Gedaref, onde mais de 300 pessoas foram forçadas a deixar suas casas.
No estado de Darfur do Sul, mais de 750 indivíduos perderam seus abrigos e centenas de residências foram destruídas. As comunidades afetadas estão em estado de emergência, necessitando urgentemente de assistência humanitária, como água potável, saneamento adequado, abrigos temporários e itens essenciais.
Enquanto isso, a situação em Al Fasher continua se agravando, com o Ocha alertando sobre a crise humanitária na cidade. Sem corredores seguros, os civis permanecem isolados e vulneráveis. Muitas famílias se refugiaram na região de Jebel Marra, fugindo da violência que permeia a área. A OIM fez um apelo a todos os envolvidos no conflito para que assegurem a proteção dos civis e dos trabalhadores humanitários, respeitando as diretrizes do direito internacional humanitário.
Desde abril de 2023, o conflito entre as Forças Armadas do Sudão e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido já causou o deslocamento de milhões de pessoas. Em meio a essa crise, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu um cessar-fogo imediato em Al Fasher, enfatizando a importância da proteção do civis e do acesso humanitário sem restrições.
Origem: Nações Unidas