Em 2024, o teletrabalho consolidou-se como uma prática bastante comum em Portugal, especialmente entre trabalhadores com formação superior. Segundo o estudo “Portugal, Balanço Social 2024”, elaborado por Bruno P. Carvalho, João Fanha, Miguel Fonseca e Susana Peralta, os profissionais com diploma universitário têm dez vezes mais probabilidade de trabalhar remotamente do que aqueles com apenas o ensino básico. Esta diferença acentua a disparidade no acesso a condições de trabalho mais flexíveis, refletindo as desigualdades educacionais e econômicas da sociedade.
Outra constatação importante do estudo é que os trabalhadores com salários mais elevados também são os que mais adquirem esta modalidade de trabalho. A pesquisa revela que o teletrabalho é particularmente prevalente entre aqueles que recebem melhores remunerações, atingindo cerca de 47,9% desse grupo. Além disso, o relatório destaca que as pessoas que trabalham mais de 35 horas semanais, jovens entre 25 e 34 anos e residentes sem nacionalidade portuguesa, originários de outros países europeus, são os que mais se beneficiam do trabalho remoto.
Por outro lado, o estudo aponta que certos grupos, como residentes estrangeiros não europeus, trabalhadores com ensino básico e aqueles que recebem salários mais baixos, têm menos acesso a esta forma de trabalho. Com índices de teletrabalho de 20% e 4,7%, respectivamente, essas populações enfrentam desafios adicionais para integrarem-se no modelo de trabalho que vem se tornando cada vez mais popular. As conclusões do estudo sugerem a necessidade de políticas que promovam maior equidade no acesso ao teletrabalho, visando à inclusão de todos os segmentos da sociedade.
Ler a história completa em Idealista Portugal