Na 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova Iorque, Timor-Leste reafirmou sua confiança no multilateralismo como ferramenta essencial para enfrentar os desafios globais. O embaixador Dionísio Babo Soares, falando em nome do ministro dos Negócios Estrangeiros, Bendito dos Santos Freitas, destacou a importância do papel das Nações Unidas no processo de autodeterminação do país.
Em seu discurso, o representante enfatizou que para nações pequenas como Timor-Leste, o respeito pelo direito internacional é fundamental para garantir justiça, soberania e independência. Soares ressaltou que “a paz e a segurança continuam a ser o alicerce da Carta das Nações Unidas”, pedindo a colaboração dos Estados na resolução pacífica de conflitos e na proteção dos civis.
Timor-Leste também fez um apelo à reforma urgente da ONU, especialmente do Conselho de Segurança, para que este reflita as realidades contemporâneas e inclua a voz de países em desenvolvimento. O embaixador advertiu que “a ONU não pode nem deve tardar em efetivar as reformas urgentes a que todos têm apelado”, defendendo um Conselho mais representativo, transparente e eficaz.
Em relação ao desenvolvimento sustentável, a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram apontados como prioridades. O embaixador fez um alerta sobre os obstáculos que ainda persistem para países menos desenvolvidos, enfatizando a necessidade de apoio internacional e o cumprimento dos compromissos climáticos estabelecidos nos acordos de Paris e Glasgow.
O discurso também abordou a cooperação regional, destacando a importância da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e do g7+, e a experiência de Timor-Leste na promoção da paz pós-conflito. Soares reiterou a necessidade de apoio ao direito à autodeterminação do Saara Ocidental e a implementação da solução de dois Estados no Oriente Médio, chamando atenção para a crise em Gaza e a urgência de uma resposta humanitária.
Para concluir, o embaixador reafirmou que, apesar de suas limitações, a ONU continua a ser o “mais poderoso instrumento coletivo” para promover a paz e o progresso global. Ele destacou que todos os Estados-membros devem se comprometer com o multilateralismo como uma prática diária, lembrando que a experiência de Timor-Leste mostra que, com unidade e determinação, mesmo os países mais frágeis podem conquistar seu espaço na comunidade internacional.
Origem: Nações Unidas


