O governo de Taiwan enviou representantes a Washington com o objetivo de evitar a possível imposição de tarifas sobre a importação de semiconductores, uma medida que a administração de Donald Trump já mencionou várias vezes. O Ministro de Assuntos Econômicos, Kuo Jyh-huei, explicou que um vice-ministro e um chefe de seção adjunto foram designados para dialogar com autoridades americanas e ressaltar a importância de manter um comércio aberto no setor de semiconductores.
Taiwan é o lar da TSMC, o maior fabricante de chips sob contrato do mundo, além de outras empresas-chave da indústria. Atualmente, a maioria dos semiconductores avançados utilizados em centros de dados é proveniente de Taiwan, o que torna a ilha um parceiro estratégico para o setor tecnológico americano.
Contudo, Trump tem acusado repetidamente Taiwan de roubar a indústria de semiconductores dos EUA, alegando que o país deveria pagar pela proteção que recebe em relação à China. Em janeiro, o ex-presidente anunciou sua intenção de aplicar um “imposto de 100%” sobre os chips importados, uma medida que gerou alarme na indústria.
Na última sexta-feira, 7 de fevereiro, Trump reiterou que, em breve, anunciará novas tarifas a várias economias, garantindo que busca um comércio “recíproco” que assegure condições equitativas para os Estados Unidos.
O Ministro Kuo enfatizou a importância da indústria taiwanesa no ecossistema global de semiconductores, sublinhando que seu país produz chips projetados e vendidos por empresas americanas, além de arcar com a maior parte dos custos de capital para sua fabricação. “Taiwan é o melhor parceiro dos Estados Unidos”, afirmou Kuo, defendendo que a ilha paga por todas as patentes e inovações adquiridas, negando qualquer acusação de roubo tecnológico.
O desfecho dessas negociações será crucial para o futuro do setor de semiconductores e poderá impactar a cadeia de suprimentos global, em um contexto onde os EUA buscam fortalecer sua produção doméstica por meio da Lei CHIPS e outras iniciativas.