Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por Salomé Pinho do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), desenvolveu células CAR-T geneticamente editadas que prometem aumentar a eficácia no combate a tumores sólidos. Este avanço foi detalhado em um estudo publicado na revista Cancer Immunology Research, em colaboração com a Universidade de Pittsburgh.
As células CAR-T são conhecidas por suas aplicações em imunoterapia, mas enfrentam desafios consideráveis em tumores sólidos devido à rápida exaustão de suas funções imunológicas. A pesquisa focou na modificação do gene MGAT5, que é responsável pela produção de glicanos complexos que interferem na atuação das células T. Ao eliminar esse gene usando a tecnologia CRISPR/Cas9, os pesquisadores observaram um aumento significativo na capacidade das células T de combater células tumorais.
Os resultados indicaram que as células T sem o gene MGAT5, chamadas de Glyco-CAR T, demonstraram maior eficácia na inibição do crescimento de tumores sólidos. Salomé Pinho ressaltou a importância dessas descobertas no fortalecimento da imunoterapia, especialmente em contextos desafiadores como os tumores sólidos.
Catarina Azevedo, primeira autora do estudo e doutoranda, enfatizou que a manipulação do glicoma das células T pode ser uma abordagem promissora para ampliar o potencial terapêutico das células CAR-T. Ângela Fernandes, coautora sênior, complementou afirmando que isso abre novas perspectivas para inovações na imunoterapia oncológica.
O estudo contou com a participação de uma equipe de pesquisadores da Universidade de Pittsburgh e recebeu apoio financeiro da FLAD e do programa FullBright, que possibilitou a bolsa de estágio de Azevedo. As descobertas podem levar ao desenvolvimento de uma nova geração de células CAR-T, potencializando sua eficácia contra diferentes tipos de câncer, especialmente em casos de tumores sólidos.
Origem: Universidade do Porto