Um novo relatório do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos revelou detalhes alarmantes sobre a violência que ocorreu durante uma ofensiva no Sudão entre 11 e 13 de abril deste ano. A publicação, apresentada em Genebra, destaca que mais de 1.000 civis perderam a vida, com muitos sendo vítimas de assassinatos em massa por parte das Forças de Apoio Rápido (RSF), que foram identificadas como responsáveis pelas atrocidades no acampamento de deslocados internos de Zamzam. Especialistas da ONU entrevistaram 155 sobreviventes e testemunhas no leste do Chade, cuja narrativa foi fundamental para o entendimento do ocorrido.
Entre os falecidos, 319 pessoas foram executadas dentro do acampamento ou enquanto tentavam escapar. O relatório descreve uma série de buscas violentas que ocorreram em residências, escolas e instalações de saúde, resultando em um deslocamento adicional de 400 mil habitantes do acampamento. Testemunhos revelaram actos brutais, como a execução aleatória de homens por combatentes das RSF e a descoberta de corpos espalhados pelas ruas por uma mulher após o ataque.
Além da violência física, o relatório também denunciou um alarmante aumento de violência sexual, com pelo menos 104 sobreviventes relatando abusos, incluindo violações coletivas e escravidão sexual. Essa violência foi caracterizada como parte de uma estratégia para semear o terror entre as comunidades afetadas.
A situação humanitária no acampamento é crítica, com os RSF bloqueando a entrada de alimentos e água, forçando muitos a recorrer a ração animal para alimentar seus filhos. O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, instou à comunidade internacional para que tome medidas imediatas a fim de prevenir a continuidade de crimes contra a humanidade no Sudão, enfatizando a necessidade de uma investigação imparcial sobre os eventos e a responsabilização dos perpetradores.
Origem: Nações Unidas





