O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, expressou sua profunda preocupação e condenação após a morte de mais de 450 civis no estado de Kordofan do Norte, Sudão, durante o último fim de semana. Segundo a diretora executiva da agência, Catherine Russell, entre as vítimas estão pelo menos 35 crianças e duas mulheres grávidas de comunidades nas proximidades da cidade de Bara, incluindo as aldeias de Shag Alnom e Hilat Hamid.
Russell destacou que o número de crianças mortas pode aumentar, já que muitas pessoas ficaram feridas e continuam desaparecidas. Em sua declaração, ela caracterizou os ataques como uma “escalada de violência aterrorizante”, repudiando o desrespeito à vida humana e aos direitos internacionais. A diretora do Unicef fez um apelo urgente para que todas as partes envolvidas no conflito cessem a violência imediatamente e cumpram suas obrigações sob o direito internacional humanitário.
O Escritório de Assistência Humanitária da ONU (Ocha) expressou sua apreensão diante da escalada de confrontos, que resultaram em saques e incêndios em muitas residências. Com interrupções contínuas nas comunicações, a confirmação do número total de vítimas tem se tornado difícil. Além disso, novos bombardeios recentes na capital do estado, Al Obeid, estão gerando um clima de medo e insegurança entre os civis.
Enquanto isso, pessoas que fogem da violência em Kordofan do Norte e El Fasher, em Darfur do Norte, buscam abrigo em outras regiões do Sudão. Desde junho, mais de 3 mil deslocados chegaram à localidade de Ad-Dabbah. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que, desde novembro de 2024, mais de 1,3 milhão de pessoas retornaram a suas áreas de origem em todo o país.
A ONU reitera a necessidade urgente de apoio humanitário, pois o plano de resposta para 2025 conta com apenas 23% do financiamento necessário, equivalente a aproximadamente US$ 950 milhões.
Origem: Nações Unidas