Os oceanos desempenham um papel vital na interconexão entre nações e a necessidade de uma colaboração global para a sua proteção foi enfatizada por Janaína Bumbeer, bióloga e doutora em Ciências Marinhas, durante a 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas em Nice, na França. Em entrevista à ONU News, a especialista destacou a urgência de preservar a saúde do oceano, citando os compromissos da Fundação Grupo Boticário, que há 35 anos apoia iniciativas de conservação da natureza, especialmente em ecossistemas marinhos.
Janaína alertou que a preservação da vida marinha é fundamental para fortalecer a resiliência de cidades costeiras face às mudanças climáticas. Um estudo revelou que apenas no Brasil, os recifes de coral evitam danos que poderiam superar R$ 160 bilhões ao prevenir inundações e erosão. “Proteger e restaurar os corais é uma estratégia eficaz para salvaguardar a costa e a economia, baseada em soluções naturais”, explicou.
Além disso, a especialista abordou os impactos financeiros das mudanças climáticas no Brasil, que geraram perdas anuais de R$ 47 bilhões nos últimos anos. Com a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, prevista para acontecer no Brasil, Janaína enfatizou a importância de aumentar os investimentos e focar em ações de adaptação.
Outro ponto crucial levantado foi a poluição por plásticos, um problema significativo que o Brasil enfrenta, sendo um dos 20 países mais poluidores. Cada brasileiro gera até 16 kg de plástico anualmente, o que demanda uma mudança de comportamento, tanto individual quanto coletiva, incluindo esforços do setor privado e do governo.
A Fundação Grupo Boticário está promovendo iniciativas para criar uma “cultura oceânica”, com a intenção de conscientizar a população sobre a “economia azul” e sua relevância. Janaína revelou que 86% dos brasileiros desconhecem o tema, ressaltando a necessidade de educar e mobilizar a sociedade. “O oceano está doente, e as soluções precisam ser urgentemente implementadas. Precisamos agir agora, não podemos esperar”, concluiu, reiterando a responsabilidade atual de proteger os oceanos para as futuras gerações. A Fundação representa a sociedade civil brasileira na Década do Oceano, programa da ONU que vai de 2021 a 2030.
Origem: Nações Unidas