O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou nesta sexta-feira um orçamento de US$ 3,7 bilhões para a organização no ano de 2026, acompanhado de um programa de ação que visa aprimorar a eficiência e resiliência do Secretariado. Guterres enfatizou que a falta de pagamentos consistentes por parte dos Estados-membros pode resultar em um “colapso” do funcionamento regular da ONU já em 2025.
Com um apelo por uma gestão fiscal responsável, o secretário-geral revelou que um rascunho de relatório já aponta para uma possível redução no orçamento, sugerindo que ele poderia cair para US$ 3,2 bilhões, refletindo uma diminuição de 15,1% em relação ao valor de 2025. Esta redução incluiria a eliminação de 2.681 cargos, representando um corte de 18,8% no quadro de pessoal.
Guterres destacou que o novo orçamento deve ser encarado com um “senso de urgência”, pois muitos países têm atrasado ou não cumprido seus compromissos financeiros, resultando em um déficit que pode ultrapassar US$ 450 milhões no final de 2025. A organização já começou o atual ano fiscal com um déficit de US$ 135 milhões e, sem medidas de contenção, a continuidade das operações poderia estar em risco.
Entre as prioridades do programa de ação, Guterres mencionou a proteção de civis em conflitos, iniciativas para um futuro livre de terrorismo e ações em prol do desarmamento nuclear. Além disso, novos instrumentos, como a Convenção da ONU contra Crimes Cibernéticos, serão implementados como parte das estratégias para fortalecer a governança e combater fluxos financeiros ilícitos.
O próximo orçamento também contemplará o financiamento de 37 Missões Políticas Especiais, embora tenha ocorrido uma redução no total devido ao término de algumas missões. A distribuição das contribuições será pautada pela capacidade econômica de cada país, com os Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França ocupando os principais lugares na tabela de financiamento.
As propostas para garantir a liquidez financeira da ONU já foram apresentadas, mas necessitam de um consenso entre os Estados-membros, sob a luz da crescente vulnerabilidade financeira da instituição diante da incerteza econômica global.
Origem: Nações Unidas






