A Linux Foundation, por meio de sua iniciativa LF Energy, anunciou o lançamento do SEAPATH 1.0, um hipervisor de código aberto desenvolvido para a automação de subestações elétricas digitais de acordo com o padrão IEC 61850. Esta nova versão do SEAPATH se estabelece como uma solução industrial segura, escalável e em tempo real, permitindo a virtualização de funções críticas na gestão de redes elétricas.
SEAPATH, que significa Software Enabled Automation Platform and Artifacts (Therein), é parte do Grupo de Interesses Especiais em Subestações Digitais da LF Energy e foi projetado para melhorar a eficiência, interoperabilidade e cibersegurança das infraestruturas elétricas. A adoção deste hipervisor é crítica no contexto da transição energética, onde as redes de transmissão e distribuição de eletricidade devem ser modernizadas para se adaptarem a fluxos mais dinâmicos e descentralizados.
Um hipervisor adaptado às necessidades da energia digital
O SEAPATH foca na virtualização de aplicações VPAC (Virtualized Protection, Automation and Control), proporcionando uma plataforma agnóstica em hardware e software para a implementação de sistemas de controle nas subestações elétricas. Seu desenvolvimento contou com a colaboração de uma comunidade diversificada de especialistas em Linux embarcado, engenharia elétrica, TI e cibersegurança, promovendo a convergência entre tecnologias de operação (OT) e tecnologias da informação (IT).
Entre as características principais do SEAPATH 1.0 estão:
- Arquitetura aberta e agnóstica: Compatível com arquiteturas x86 e ARM, permitindo a instalação em uma ampla gama de servidores.
- Rendimentos em tempo real e compatibilidade com IEC 61850: Garantindo um funcionamento determinístico e de alto desempenho.
- Resiliência e robustez: Alta disponibilidade e clustering asseguram a continuidade operativa em caso de falhas.
- Gestão automatizada: Configurações automatizadas reduzem o erro humano e permitem administração remota.
- Segurança e testes intensivos: Integração contínua com mais de 700 testes diários, validando a adequação em ambientes críticos.
SEAPATH em ação: implementação em subestações digitais
A adoção do SEAPATH já começou em ambientes de teste e produção. Empresas como GE Vernova, Alliander, ABB, Red Hat e Enedis avaliaram sua utilização, enquanto a RTE já implantou o SEAPATH em produção, com o suporte de Savoir-faire Linux. Na França, a RTE operou com sucesso sua primeira subestação digital baseada em SEAPATH por mais de um ano, ampliando agora seu uso em outras instalações.
A importância da virtualização na transição energética
A modernização das subestações elétricas através da digitalização é fundamental para a transição energética, permitindo gerenciar uma maior diversidade de fontes de geração descentralizadas e padrões de fluxo de energia em constante mudança. Alex Thornton, diretor executivo da LF Energy, destacou que o SEAPATH oferece não apenas uma solução para esses desafios, mas também uma base para inovações futuras no setor.
Um ecossistema em crescimento e um convite à colaboração
Desenvolvido em parceria com várias organizações do setor energético e tecnológico, o Comitê Técnico do SEAPATH assegura a continuidade do projeto. Eloi Bail, presidente do comitê, ressaltou a importância do código aberto para a inovação e incentivou mais organizações a se envolverem.
O SEAPATH é um projeto aberto que convida empresas, instituições e desenvolvedores interessados a participar de sua evolução por meio de várias iniciativas. Com o lançamento do SEAPATH 1.0, a digitalização das subestações elétricas caminha para um futuro mais seguro, eficiente e em sintonia com os desafios da transição energética.