Pesquisadores franceses realizam um estudo significativo sobre os microplásticos em rios europeus, destacando o impacto da poluição plástica nos ecossistemas aquáticos e na saúde humana. Durante uma missão de sete meses, a equipe navegou por nove grandes rios da Europa, incluindo o Sena e o Reno, realizando coletas de água em diversos pontos para analisar nutrientes, matéria particulada e diversidade bacteriana.
Os cientistas se concentraram na microbiota associada aos microplásticos, estruturas que se desenvolvem sobre a superfície desses resíduos. Eles descobriram que as comunidades bacterianas nos microplásticos eram bastante diferentes daquelas encontradas em bactérias livres e aquelas ligadas a partículas orgânicas. A pesquisa revelou que a diversidade de bactérias em microplásticos marinhos era consideravelmente mais baixa do que em águas doces.
Entre os patógenos identificados nos microplásticos de água doce estavam os gêneros Aeromonas, Acidovorax, Arcobacter e Prevotella, que não foram encontrados no mar. Este fenômeno sugere uma pressão seletiva significativa entre os ambientes de água doce e marinha, limitando a dispersão de microrganismos. Os pesquisadores também relataram a detecção da Shewanella putrefaciens em microplásticos pela primeira vez, ressaltando um risco potencial à saúde, embora a barreira de salinidade indique uma baixa probabilidade de transferência de patógenos de rios para o mar.
O estudo destaca a necessidade urgente de investigar a variação das comunidades microbianas nos microplásticos e seus impactos nos ecossistemas aquáticos. As descobertas podem influenciar políticas ambientais na União Europeia, que já está implementando diretrizes para enfrentar a poluição por plásticos e microplásticos. Além disso, enfatiza a importância de considerando outros grupos, como vírus e organismos unicelulares, em investigações futuras sobre a poluição plástica e sua relação com a qualidade da água e a saúde pública.
Origem: Oceanos e pescas Europa