Interrupções de Internet na Rússia aumentam drasticamente devido a ataques com drones da Ucrânia
No mês de junho, a Rússia registrou mais de 600 interrupções intencionais de serviços de Internet móvel, resultando em um total de 654 cortes, quase dez vezes mais do que os dados de maio. As autoridades russas implementaram essa estratégia para limitar o uso de drones ucranianos que dependem de sinais de geolocalização.
Esses apagões, que se tornaram rotina desde a operação "Spiderweb", têm como objetivo proteger bases aéreas estratégicas e evitar que os drones acessem coordenadas móveis. A ofensiva coincidiu com as celebrações do Dia da Vitória, em 9 de maio, levando a cortes preventivos de telecomunicações em várias regiões.
Os efeitos colaterais dessas interrupções têm gerado consequências econômicas significativas. Comércio sem capacidade de processar pagamentos, caixas eletrônicos inoperantes e serviços de táxi retornando ao atendimento telefônico são apenas algumas das evidências do impacto na vida cotidiana dos cidadãos. Na região de Sarátov, o governador justificou as restrições como necessárias para "manter a segurança", apesar da crescente irritação popular.
Um projeto de monitoramento revelou que, em um único dia, 35 regiões foram afetadas, um número que pode ter estabelecido um novo recorde. Essas cifras contrastam com a situação global, onde, segundo um relatório da Cloudflare, não houve interrupções ordenadas por governos no primeiro trimestre de 2025.
Enquanto os ataques com drones ucranianos se concentram em instalações estratégicas, como a planta de defesa aérea em Izhevsk, o Kremlin enfrenta um dilema crítico: garantir a segurança sem comprometer a conectividade em um país cada vez mais digitalizado. As interrupções estão se tornando a nova normalidade para muitos russos, enquanto as autoridades insistem na importância da segurança nacional.