Mais de um milhão de pessoas retornaram a Cartum, a capital do Sudão, entre novembro de 2024 e setembro de 2025, conforme um novo relatório da Organização Internacional para Migrações (OIM). Este documento integra a Matriz Global de Acompanhamento de Deslocados da OIM, cujo objetivo é facilitar a organização de respostas humanitárias em um país devastado pela guerra.
Atualmente, Cartum abriga mais de 3,77 milhões de deslocados devido à violência, e os retornos relatados representam apenas 26% do total de pessoas que foram forçadas a deixar suas casas. A OIM estima que cerca de 2,7 milhões de pessoas adicionais podem retornar, dependendo das condições de segurança e da assistência humanitária disponível.
O relatório indica que durante o mesmo período, a OIM registrou 2,6 milhões de retornos em todo o Sudão, sendo mais de 2 milhões provenientes de deslocamentos internos, enquanto aproximadamente 524 mil voltaram do exterior, principalmente do Egito, Sudão do Sul e Líbia.
Ugochi Daniels, diretora-geral adjunta de Operações da OIM, destacou, após uma visita ao Sudão, a impressionante determinação dos sudaneses em reconstruir suas vidas, mesmo em cidades ainda marcadas pelo conflito. Muitas casas estão danificadas e os serviços básicos funcionam de maneira precária. Apesar dos retornos em áreas consideradas relativamente seguras, muitos repatriados enfrentam dificuldades, vivendo em casas danificadas ou centros coletivos, com acesso limitado a água potável e serviços de saúde. Metade dos repatriados reside em áreas rurais, e quase 50% são menores de 18 anos.
A situação humanitária, especialmente no estado de Darfur do Norte, permanece crítica. Em Al Fasher, uma das cidades mais afetadas, mais de um milhão de pessoas fugiram desde o início do conflito. Aqueles que não conseguiram escapar enfrentam bombardeios, violência sexual e ataques étnicos. A desnutrição é alarmante, especialmente entre as crianças, com relatos de famílias recorrendo à alimentação destinada a animais para sobreviver.
A OIM continua a realizar operações de assistência vital no local e faz um apelo à comunidade internacional para aumentar urgentemente o apoio à recuperação do Sudão. A organização reitera o chamado do secretário-geral das Nações Unidas para um cessar-fogo, visando aliviar o sofrimento e encontrar soluções duradouras para a população sudanesa. O povo do Sudão demonstrou uma força admirável e um forte desejo de reconstruir suas vidas assim que a paz for alcançada.
Origem: Nações Unidas
			
                                



							

