A adoção de um resfriamento sustentável pode ser uma solução vital diante do aumento das ondas de calor e da crescente demanda por refrigeração, segundo um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), lançado na COP30 em Belém, Brasil. O documento revela que a pesquisa sobre resfriamento pode mais do que triplicar até 2050, associada a fatores como crescimento populacional, eventos climáticos extremos e o acesso crescente a tecnologias de resfriamento ineficientes por famílias de baixa renda.
Os especialistas alertam que o aumento da demanda por resfriamento poderá quase dobrar as emissões de gases de efeito estufa se nada for feito, alcançando cerca de 7,2 bilhões de toneladas de CO2e até 2050. No entanto, a adoção de um “Caminho para o Resfriamento Sustentável” poderia resultar em uma redução de 64% nas emissões previstas, e, se combinado com uma rápida descarbonização do setor energético, as emissões residuais poderiam cair até 97%.
Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma, enfatiza a importância de se considerar o acesso a resfriamento como uma infraestrutura essencial, junto com água, energia e saneamento. As estratégias recomendadas incluem resfriamento passivo, híbrido e de baixo consumo energético, criando edificações resilientes que integram espaços verdes urbanos.
O relatório também destaca o “Mutirão Contra o Calor Extremo”, uma iniciativa que mobiliza mais de 185 cidades em todo o mundo, visando implementar práticas mais sustentáveis de resfriamento urbano. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destaca que a colaboração é fundamental para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Embora haja avanços significativos, a implementação de políticas eficazes ainda é desigual. Enquanto 72 países se comprometeram a reduzir as emissões do setor de refrigeração até 2050, apenas 54 possuem políticas abrangentes em áreas críticas. O relatório recomenda um enfoque proativo para mudanças nas políticas e a proteção contra o calor extremo deve ser encarada como um bem público, priorizando soluções baseadas na natureza. A cidade de Fortaleza é mencionada como um exemplo de compromisso com a adaptação climática, colocando a natureza no centro de suas estratégias.
Origem: Nações Unidas






