Nos últimos anos, a refrigeração líquida em centros de dados passou de uma curiosidade tecnológica para uma prática padrão, especialmente impulsionada pelo rápido crescimento da inteligência artificial. Enquanto, há uma década, esse método era reservado a supercomputadores e projetos de nicho, hoje, as empresas de hiperescala e operadores tradicionais buscam maneiras de implementá-lo de forma eficaz.
A mudança repentina se deve a três forças principais: o aumento exponencial na demanda por processamento, a densidade energética dos novos chips e a pressão por soluções sustentáveis. Com GPUs que consomem até 1.000 watts por unidade, e racks exigindo até 100 kW, a refrigeração por ar já não é suficiente. O uso de água para dissipar calor se tornou essencial; ela é 3.500 vezes mais eficiente nesse aspecto do que o ar.
Os últimos três anos testemunharam uma revolução na adoção de refrigeração líquida. A standardização impulsionada pela Open Compute Project facilitaram a implementação dessa tecnologia, enquanto empresas como Equinix e Digital Realty investem na adaptação de seus centros de dados para suportar novos sistemas com menor impacto hídrico e energético.
A refrigeração líquida não apenas melhora a eficiência térmica, mas também é mais sustentável, reduzindo o consumo de água em até 90% em comparação com sistemas convencionais. No entanto, a transição não está isenta de desafios, como investimentos significativos e a necessidade de treinamento especializado.
À medida que a demanda por refrigeração líquida continua a crescer, espera-se que mais de 50% da capacidade dos novos centros de dados em todo o mundo utilize essa tecnologia até 2030, transformando o que era uma inovação em uma norma da indústria.