No último ano, mais de 3,6 milhões de vidas foram salvas devido a programas eficazes de combate à tuberculose, que se tornou a infecção mais letal globalmente. Contudo, esse progresso está em risco, conforme alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS), devido a cortes significativos no financiamento destinado ao combate da doença. A extinção da Usaid, a agência de auxílio internacional dos Estados Unidos, anunciada pelo novo governo, levantou preocupações sobre a segurança de milhões que dependem destes programas.
Nos últimos 20 anos, os esforços de prevenção e tratamento evitaram a morte de 79 milhões de pessoas. O governo americano contribuiu com até 250 milhões de dólares por ano para iniciativas bilaterais de combate à tuberculose, cobrindo uma parte substancial das necessidades em países de baixa e média renda. Com o fim das doações, 18 nações com altas taxas de infecção poderão enfrentar desafios graves, uma vez que a ajuda americana representa 89% do financiamento para o tratamento em várias dessas regiões, principalmente na África, sudeste asiático e Pacífico Ocidental.
A OMS destaca a urgência de continuar a pesquisa e desenvolvimento para lidar com a tuberculose resistente a medicamentos, enfatizando que a erradicação da doença é uma meta a ser alcançada até 2030. Entretanto, a interrupção dos recursos financeiros já resultou em rupturas nas cadeias de suprimento de medicamentos e perturbações nos sistemas de monitoramento, aumentando os riscos de transmissão da doença. A ausência do suporte financeiro da Usaid impacta não só o tratamento, mas também a pesquisa, sendo a agência um dos principais financiadores nessa área. O futuro dessas vitais iniciativas de saúde pública agora está na balança, exigindo uma resposta rápida e coordenada da comunidade internacional.
Origem: Nações Unidas