Rapidus Avança na Produção de Semicondutores com Tecnologia de 2 Nanômetros
A empresa japonesa Rapidus deu um passo decisivo em sua ambiciosa missão de competir com grandes nomes da indústria, como TSMC, Samsung e Intel. A companhia anunciou o início oficial da produção de teste de wafers utilizando transistores gate-all-around (GAA) com tecnologia de 2 nanômetros em sua planta IIM-1, localizada no Japão. As primeiras wafers já apresentaram características elétricas promissoras, indicando que o desenvolvimento do seu processo avança conforme o planejado.
Esse marco inicia uma fase fundamental: a validação de que os transistores fabricados com essa tecnologia atenda aos parâmetros críticos, como voltagem de limiar e corrente de fuga. Embora a Rapidus não tenha divulgado números específicos, o fato de as wafers estarem sendo processadas com sucesso representa um sinal positivo sobre a funcionalidade do ambiente de produção.
Uma das principais inovações da Rapidus é a adoção do processamento individual de wafers. Ao contrário de outros fabricantes que alternam entre processamento em lotes e individual, a Rapidus decidiu implementar o processamento individual em todas as etapas, incluindo processos tradicionalmente em lote como oxidação e limpeza. Essa abordagem, embora mais custosa, proporciona ajustes em tempo real e personalização para cada wafer, permitindo uma detecção mais rápida de anomalias e correções de erros.
Além disso, a planta IIM-1, cuja construção teve início em setembro de 2023, apresentou avanços significativos, adquirindo ferramentas modernas de litografia DUV e EUV. A implementação dessas tecnologias é um passo estratégico para posicionar a Rapidus como um protagonista na nova geração de chips GAA, cuja demanda deve crescer com o aumento das aplicações em inteligência artificial e computação de alto desempenho.
Para apoiar a adoção de sua tecnologia, a empresa planeja disponibilizar seu primeiro kit de desenvolvimento de processo (PDK) no primeiro trimestre de 2026, permitindo que designers e clientes desenvolvam chips com a tecnologia Rapidus tanto em suas instalações quanto na planta IIM-1.
Apesar da inovação, a Rapidus enfrenta desafios, como a complexidade operacional do processamento individual. Porém, em um cenário onde cada falha em chips de 2 nm pode resultar em perdas significativas, a precisão é crucial. O compromisso da Rapidus em priorizar o controle em detrimento da velocidade pode ser a chave para seu sucesso em um setor cada vez mais competitivo.
Com essa estratégia, o Japão reafirma sua posição como um ator fundamental na indústria global de semicondutores, investindo em tecnologia avançada e soberania tecnológica.