O Parlamento de Portugal aprovou uma iniciativa do partido conservador Chega que visa proibir o uso da burca e do niqab em espaços públicos. Com isso, o país se junta a uma série de nações europeias que impõem restrições a essas vestimentas islâmicas que cobrem completamente o rosto feminino. A proposta contou com o apoio do Partido Social Democrata (PSD) e do CDS-PP, mas ainda precisa passar por mais trâmites parlamentares e pode sofrer alterações antes da sua aprovação final. O líder de Chega, André Ventura, defendeu a medida, afirmando que “quem vem a Portugal deve adaptar-se às tradições do país”.
Os partidos de esquerda, incluindo o Partido Socialista, Livre e Bloco de Esquerda, se opuseram à iniciativa, argumentando que Chega está insensibilizando um debate que, segundo eles, não existe no país. Críticos afirmam que as principais comunidades muçulmanas em Portugal não apoiam o uso da burca. A proposta surge um dia após a aprovação de uma controversa Lei de Estrangeiros, que restringe a reagrupação familiar de migrantes. Se a reforma for concluída, Portugal se alinha a outros países como França, Bélgica e Áustria, que já impuseram restrições semelhantes.

