A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) revelou que os preços internacionais das principais commodities alimentares apresentaram uma nova queda em outubro, seguindo a tendência de aumento da oferta global. Essa redução é particularmente visível nos setores de cereais e produtos lácteos, apesar de algumas variações em outras categorias, como os óleos vegetais.
O Índice de Preços dos Alimentos da FAO, que mede mensalmente as oscilações de preços de diversas matérias-primas, atingiu uma média de 126,4 pontos em outubro, marcando uma queda de 1,6% em relação ao mês anterior. Os cereais tiveram uma diminuição de 1,3%, com o trigo recuando 1%, os cereais secundários 1,1%, e o arroz, a mais significativa baixa, com 2,5%. Em relação às carnes, foi registrada uma redução de 2%, impulsionada pela forte queda nos preços de suínos e aves, enquanto a carne bovina continua a apresentar alta, impulsionada pela demanda global e pelo aumento nas cotações australianas.
Os preços dos derivados do leite caíram 3,4%, afetados principalmente pela diminuição das cotações da manteiga devido à ampla disponibilidade de exportações da União Europeia e da Nova Zelândia. O leite em pó também enfrentou baixa, refletindo a fraca demanda e a intensa concorrência entre exportadores.
O Índice de Açúcar da FAO caiu 5,3% em relação ao mês anterior, alcançando o menor patamar desde dezembro de 2020. Essa descida é atribuída à robusta produção no Brasil e à expectativa de colheitas superiores na Tailândia e na Índia, além da queda nos preços do petróleo bruto, que impactaram a demanda por açúcar no setor de biocombustíveis.
Por outro lado, o Índice de Óleos Vegetais foi a única categoria a registrar alta, com um aumento de 0,9%, o maior desde julho de 2022. Este crescimento é atribuído à valorização dos óleos de palma, colza, soja e girassol, impulsionada por mandatos de biocombustíveis e atrasos na colheita na região do Mar Negro.
As previsões da FAO indicam que a produção mundial de cereais deve crescer 4,4% até 2025, alcançando 2,99 bilhões de toneladas, enquanto o consumo global deve aumentar 1,8% no mesmo período. A organização também antecipou um crescimento de 3,2% no comércio internacional de cereais na temporada 2025/26, com a expectativa de que o trigo lidere esse aumento.
Com o alívio das restrições de exportação em países como Argentina, Índia e Rússia, o fluxo comercial internacional tende a se beneficiar. A FAO se prepara para divulgar uma análise mais detalhada do mercado global de cereais em seu próximo relatório Panorama Alimentar, agendado para 13 de novembro.
Origem: Nações Unidas






