Esforços globais de imunização têm mostrado resultados significativos, segundo um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), que revela uma impressionante queda de 88% nas mortes por sarampo entre 2000 e 2024. Desde o início do milênio, a vacina contra a doença conseguiu salvar quase 59 milhões de vidas. Apesar desse progresso, em 2023, 95 mil pessoas, a maioria crianças com menos de cinco anos, perderam a vida em decorrência da doença, evidenciando que a mortalidade continua a ser um problema evitável por meio da vacinação.
A OMS também alertou para um aumento preocupante nos casos de sarampo, com aproximadamente 11 milhões de infecções notificadas no último ano, um incremento de quase 800 mil casos em comparação aos níveis antes da pandemia de Covid-19. A Região do Mediterrâneo Oriental liderou os registros de casos, seguida pela Europa e pelo Sudeste Asiático, enquanto a África apresentou uma redução de 40% nas infecções, atribuída ao aumento da cobertura vacinal.
Apesar da redução na taxa de mortalidade, os surtos recentes de sarampo ainda representam riscos graves de complicações de saúde, como cegueira e pneumonia. No que diz respeito à cobertura vacinal, estima-se que em 2024, 84% das crianças tenham recebido a primeira dose da vacina, mas somente 76% completaram o esquema vacinal com a segunda dose. Para controlar a doença, a OMS recomenda que pelo menos 95% da população infantil receba ambas as doses.
A situação é ainda mais crítica considerando que mais de 30 milhões de crianças permanecem desprotegidas, principalmente na África e no Mediterrâneo Oriental, onde conflitos e vulnerabilidades agravam a situação. A OMS enfatizou que o sarampo é frequentemente a primeira doença a ressurgir quando a cobertura vacinal diminui, expondo fragilidades nos programas de imunização ao redor do mundo.
No que diz respeito a Cabo Verde, o país avançou em suas metas de erradicação, com o número total de países que conseguiram eliminar o sarampo subindo para 96. Contudo, a eliminação global do vírus ainda está distante, e a pobreza de financiamento para programas de imunização é uma preocupação que pode apressar o surgimento de novos surtos.
A OMS fez um apelo a compromissos políticos e investimentos sustentados para garantir que todas as crianças recebam vacinas adequadas e que os sistemas de vigilância estejam prontos para detectar surtos rapidamente. Somente por meio de um esforço conjunto será possível trabalhar em direção a um mundo livre do sarampo.
Origem: Nações Unidas





