As Nações Unidas anunciaram a destinação de 6 milhões de dólares do Fundo Central de Resposta a Emergências (Cerf) para ajudar vítimas do conflito em Moçambique. A iniciativa, divulgada na quarta-feira pelo coordenador de Ajuda Emergencial da ONU, Tom Fletcher, visa ampliar o suporte a aproximadamente 120 mil pessoas deslocadas pela violência na província de Nampula, no norte do país.
A situação na região se agravou a partir de meados de novembro, com a intensificação dos conflitos. A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) relatou que cerca de 100 mil pessoas foram forçadas a fugir apenas nas últimas duas semanas. Paola Emerson, chefe do Gabinete de Coordenação de Ajuda Humanitária da ONU em Moçambique, expressou preocupação com o fato de que crianças representam a maior parte dos deslocados, com cerca de 65% deste grupo composto por menores.
Muitas dessas crianças estão vivendo em condições precárias, abrigadas em escolas superlotadas e em estruturas improvisadas. Emerson destacou o impacto negativo da situação na educação, uma vez que muitas crianças, tanto as que fugiram quanto as que já estavam em escolas, não estão conseguindo participar do período de exames escolares. O apelo humanitário para Moçambique em 2025 busca arrecadar 352 milhões de dólares, mas até agora apenas 97 milhões foram recebidos, o que representa menos de 28% do necessário.
As agências da ONU, junto ao governo moçambicano e parceiros, estão intensificando esforços para oferecer assistência. No entanto, a falta de recursos já afeta os serviços, incluindo a insuficiência de tendas, alimentos, água e insumos de higiene. Emerson reforçou a urgência de uma resposta rápida para os deslocados internos, evidenciando a tensão crescente entre diferentes comunidades afetadas pela crise. O governo de Moçambique, por sua vez, tem desempenhado um papel crucial na assistência imediata às pessoas deslocadas, mobilizando recursos e implementando medidas para garantir acesso a alimentos e água potável para as comunidades afetadas. Desde 2017, o norte de Moçambique tem enfrentado uma onda de violência que já deslocou mais de 1,3 milhão de pessoas.
Origem: Nações Unidas






