Portugal vivenciou em 2024 um cenário ambiental que, apesar de conquistar avanços significativos, ainda enfrenta desafios persistentes em meio a um contexto econômico em crescimento. A população residente aumentou em 1,0% em relação a 2023, marcando o segundo maior crescimento do século XXI, enquanto a economia também se expandiu, com a procura interna a subir 2,9%.
O setor energético teve um desempenho notável, com a eletricidade de origem renovável alcançando 86,2%, o que resultou em uma diminuição da dependência energética do país para 64,3%. Também houve uma redução de 4,4% nas emissões de gases de efeito estufa, quando comparado ao ano anterior. Contudo, o clima foi um fator agravante: 2024 foi classificado como o terceiro ano mais quente da última década, e a qualidade do ar, embora considerada boa em 46,0% dos dias, apresenta preocupações que ainda precisam ser abordadas.
Em relação aos incêndios rurais, o ano teve o menor número de ocorrências da última década, mas a área total queimada foi a quarta maior registrada nesse período. Quanto ao uso de recursos naturais, embora o Consumo Interno de Materiais tenha diminuído em 5,0%, a produção de resíduos setoriais aumentou 4,9%, assim como a coleta de resíduos urbanos, que subiu 3,4% em comparação a 2023. A taxa de preparação para reutilização e reciclagem de resíduos urbanos alcançou 37%, ainda aquém da meta de 55% estabelecida para 2025.
Do ponto de vista industrial, houve um incremento de 1,2 pontos percentuais no número de empresas dedicadas à gestão e proteção ambiental, mas o investimento na área registrou uma queda de 11%, refletindo o aumento dos custos operacionais. Em contrapartida, os impostos ambientalmente relevantes alcançaram um total de 5,9 bilhões de euros, um aumento de 8,7% em relação ao ano anterior.
Origem: Instituto Nacional de Estatística





