Portugal enfrenta uma profunda crise de acesso à habitação, marcada por um aumento significativo na demanda por imóveis que não tem sido correspondido por uma oferta adequada. Este descompasso é evidenciado por uma quantidade considerável de casas vazias que estão fora do mercado, tanto para venda quanto para aluguel. O Banco de Portugal (BdP) analisou essa situação em seu Boletim Económico, apontando que o crescimento da procura deve-se, em grande parte, à diminuição do tamanho médio dos lares e à imigração de novos residentes.
O regulador destacou que, enquanto a procura por habitação continua em alta, a oferta de novos alojamentos se recupera lentamente após a crise das dívidas soberanas. Entre 1981 e 2011, o número médio anuais de alojamentos familiares crescia em 82 mil, enquanto entre 2011 e 2021 esse número caiu drasticamente para apenas 11 mil, indicando um mercado muito mais rígido. Embora o BdP tenha observado uma leve redução no número de imóveis vazios nos últimos anos, ainda há milhares de casas que poderiam potencialmente ser utilizadas para atender à crescente procura.
Além de reconhecer que as casas vazias poderiam aliviar a pressão sobre o mercado habitacional, o BdP enfatizou que a decisão de disponibilizar ou não esses imóveis depende de diversos fatores, incluindo a estabilidade regulatória e a rentabilidade elevada dos investimentos imobiliários. Para mitigação dessa crise, o banco sugere que o aumento da oferta por meio da construção de novos imóveis é crucial, ressaltando a importância de um ambiente legal estável e de incentivos fiscais que ainda precisam ser debatidos pelo Parlamento para viabilizar novos projetos habitacionais.
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