O investigador Rúben Pereira, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi premiado com uma ERC Starting Grant, no valor de 1,5 milhões de euros, uma distinção que celebram apenas seis cientistas portugueses este ano. O financiamento, que será utilizado ao longo de cinco anos, visa desenvolver novas ferramentas para reverter a fibrose da pele, uma condição que provoca cicatrizes dolorosas e desfigurantes, muitas vezes resultantes de queimaduras ou cirurgias.
O projeto, intitulado “FibroRevert”, representa não apenas um reconhecimento ao trabalho de Pereira, mas também uma grande responsabilidade, segundo ele. Esta nova abordagem concentrar-se-á em criar biomateriais e plataformas de bioengenharia que mimetizem a fibrose humana, permitindo investigar os mecanismos subjacentes que possibilitam a comunicação entre as células e a matriz extracelular.
Pereira destaca que os tratamentos atuais para a fibrose são insuficientes, e o seu projeto busca responder à missão de reverter a fibrose sem causar efeitos colaterais. A equipa de pesquisa irá analisar amostras de tecidos humanos para identificar alterações que possam ser mitigadas com o emprego de biomateriais dinâmicos. A meta é estabelecer uma biblioteca de biomateriais que reproduzam com precisão as propriedades da matriz extracelular, o que poderá levar a novas terapias eficazes.
Rúben Pereira, que se formou em Biomecânica e obteve o doutorado em Ciências Biomédicas na U.Porto, é actualmente Professor Auxiliar no ICBAS e integra o grupo de Biofabricação do i3S. Ele já recebeu prêmios significativos pelo seu trabalho, incluindo o Prêmio Professor Francisco Pulido Valente em 2018. Com esta nova conquista, a U.Porto mantém-se na vanguarda da investigação científica na Europa, acumulando 24 ERC Grants desde 2007 e um financiamento total que ultrapassa 40 milhões de euros.
Origem: Universidade do Porto