Um estudo recente realizado em seis países, incluindo o Brasil, revela que homens que sofreram castigos corporais e outras formas de violência na infância apresentam uma maior propensão a cometer agressões contra seus parceiros íntimos. A pesquisa, que abrangeu também Chile, Croácia, Índia, México e Ruanda, identificou consequências preocupantes, como atitudes de gênero injustas, baixa autoestima, e envolvimento em comportamentos violentos e delinquentes.
Além disso, o relatório destaca que esses indivíduos tendem a evitar compartilhar tarefas domésticas, a se comunicar abertamente com seus parceiros e a participar de consultas pré-natais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o impacto econômico significativo dos castigos corporais, que elevam a demanda por serviços de saúde, proteção infantil e justiça criminal, resultando em uma perda substancial de capital humano.
Globalmente, cerca de 1,2 bilhão de crianças são submetidas a castigos corporais, com a OMS afirmando que estas punições podem ter efeitos duradouros na saúde física e mental das crianças, além de comprometer sua educação e integração social. A violência contra crianças representa um custo que varia entre 2% a 5% do PIB global por ano, gerando uma perda de rendimentos que pode alcançar até US$ 11 trilhões.
A OMS enfatiza a necessidade de promulgar e aplicar leis que proíbam o castigo corporal, mas alerta que isso deve vir acompanhado de apoio a pais e educadores em busca de metodologias disciplinares positivas e não violentas. A publicação conclui que há evidências sólidas que mostram que o castigo corporal não apenas resulta em danos, mas que não oferece benefícios para crianças, pais ou para a sociedade como um todo. Com o impacto da violência física e psicológica nas crianças sendo um problema de saúde pública, a abordagem dessa questão se torna cada vez mais urgente.
Origem: Nações Unidas