As negociações climáticas que ocorrem em Belém estão se aproximando de um desfecho crítico, com representantes de mais de 190 países envolvidos em discussões que visam traduzir o Acordo Climático de Paris em ações concretas. Em um contexto marcado por desastres naturais e aumento das temperaturas, três questões centrais dominam as conversações da COP30: a ampliação da ambição climática, a garantia de que recursos e tecnologias cheguem aos mais vulneráveis e a busca por justiça e inclusão nas ações climáticas.
Os negociadores estão debatendo mecanismos para cortar emissões de gases de efeito estufa e fortalecer a resiliência das nações. Entre os instrumentos em análise estão as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que países devem revisar a cada cinco anos, e a eliminação gradual de combustíveis fósseis. Além disso, uma proposta para triplicar os investimentos em planos de adaptação climática até 2035 está sendo discutida.
Outro ponto crucial é o financiamento. Em face das necessidades urgentes, negociadores tentam desbloquear a mobilização de recursos, discutindo a criação de um plano de ação que assegure a responsabilidade dos países desenvolvidos sobre o financiamento das iniciativas nos países em desenvolvimento. Com a proposta de mobilizar US$ 1,3 trilhão anuais, a discussão gira em torno de como implementar mecanismos que evitem endividamento excessivo.
A questão da justiça social é igualmente premente. As transições econômicas necessárias para enfrentar a crise climática podem exacerbar desigualdades existentes. Para mitigar isso, os participantes da conferência estão buscando implementar um Programa de Trabalho para Transição Justa, que busca conciliar desenvolvimento econômico com proteção social e equidade.
As decisões tomadas em Belém são vistas como fundamentais para o futuro do planeta, já que podem influenciar diretamente a eficácia do Acordo de Paris e a distribuição equitativa de recursos. Com o tempo se esgotando, as lideranças presentes na conferência reconhecem a urgência de alcançar consensos que permitam ações efetivas e imediatas, evitando que a janela de oportunidade para a ação climática se feche irreversivelmente.
Origem: Nações Unidas





