A Missão Internacional Independente de Apuração dos Fatos sobre o Sudão expressou sua crescente preocupação com a proteção dos civis no país, que enfrenta um conflito devastador desde abril de 2023. Na última quarta-feira, um ataque mortífero ao Hospital Saudita, em El Fasher, deixou pelo menos 460 vítimas fatais, com as Forças de Reação Rápida (RSF), um grupo paramilitar, sendo apontadas como responsáveis.
Nesta quinta-feira, a escalada da violência foi discutida no Conselho de Segurança da ONU, onde Tom Fletcher, subsecretário-geral de Assistência Humanitária, destacou a grave situação em El Fasher. Ele mencionou que a crise humanitária no Sudão representa uma falha crítica em proteger os civis e respeitar o direito internacional, lamentando que um em cada cinco mortos neste mês são crianças.
A Missão Internacional também denunciou a prática de execuções étnicas, violência sexual e saques, caracterizando a situação como um estado de fome e desespero. A Organização Mundial de Saúde e o UNICEF alertaram para a crise humanitária sem precedentes, com milhares de civis necessitando urgentemente de assistência, muitos deles feridos ou forçados a fugir de suas casas.
Após o massacre recente, Mohamed Chande Othman, presidente da Comissão de Apuração dos Fatos, fez um apelo à comunidade internacional para que escolha entre o silêncio e a solidariedade, solicitando a criação de um tribunal internacional para processar os responsáveis por crimes de guerra e contra a humanidade. O UNICEF também ressaltou a situação crítica de cerca de 130 mil crianças em El Fasher, que enfrentam riscos extremos.
Com a guerra se arrastando por mais de dois anos e milhões de deslocados, a ONU reiterou a urgência de um cessar-fogo imediato, acesso humanitário irrestrito e justiça para as vítimas. Othman enfatizou que a voz do povo sudanês deve ser ouvida e transformada em ações concretas para lidar com essa calamidade.
Origem: Nações Unidas

