A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) celebrou um importante marco histórico ao completar mais de três décadas sem registrar casos de poliovírus selvagem nas Américas. A conquista foi destacada durante as comemorações do Dia Mundial da Poliomielite, celebrado em 24 de outubro.
Embora esse sucesso tenha sido amplamente reconhecido, a Opas enfatizou a necessidade urgente de reforçar a cobertura vacinal, já que apenas 83% das crianças na região receberam a terceira dose da vacina contra a poliomielite em 2024, um número abaixo da meta de 95% necessária para prevenir novos surtos da doença. A poliomielite, que ataca o sistema nervoso e pode levar à paralisia permanente, afetou milhares de crianças nas Américas até o início da década de 1990, com o último caso notificado em 1991, no Peru.
O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, ressaltou que esse êxito se deve aos esforços coletivos e ao uso de vacinas, garantindo que o poliovírus selvagem não tem circulado na região há 31 anos. Globalmente, os casos de poliomielite diminuíram em mais de 99% desde 1988, um período em que eram estimados 350.000 casos anuais.
Ainda assim, o risco de ressurgimento persiste em áreas com baixa cobertura vacinal, onde o poliovírus pode se mutar e se espalhar. A vigilância robusta e a aplicação estratégica de vacinas são fundamentais para alcançar a erradicação global da doença.
Além de destacar a erradicação da poliomielite, a Opas indicou outros avanços, como a eliminação da varíola e do tracoma em vários países. No entanto, a organização alerta que a manutenção dessas conquistas depende de um sistema de vigilância constante e de imunização eficaz. Para isso, a Opas está convocando todos os setores da sociedade, incluindo pais e profissionais de saúde, a atuarem decisivamente para manter as Américas livres da poliomielite, reforçando a importância da vacinação e do combate à desinformação.
Origem: Nações Unidas






