Oracle impulsiona aposta na nuvem de IA com emissão recorde de títulos
A Oracle, gigante da tecnologia fundada por Larry Ellison, anunciou uma significativa estratégia de financiamento que promete impulsionar sua posição no crescente mercado de inteligência artificial (IA). A empresa conseguiu emitir títulos no valor de 18 bilhões de dólares em um movimento que visa financiar investimentos em infraestrutura associados à criação de centros de dados massivos e à capacidade computacional para atender à demanda de clientes de IA.
De acordo com um relatório registrado na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, os títulos com vencimentos escalonados vão de 2030 a 2065, refletindo a visão de longo prazo da empresa. Este movimento ocorre em um momento em que a Oracle se destaca como um player central no novo “boom” da IA, especialmente por meio de sua parceria estratégica com a OpenAI no projeto Stargate, que busca fornecer gigawatts de capacidade computacional para suportar modelos generativos avançados.
Recentemente, Oracle, OpenAI e SoftBank revelaram planos para cinco novos locais de centros de dados nos EUA. Com a adição de Shackelford County (Texas), Doña Ana County (Novo México), Milam County (Texas), Lordstown (Ohio) e um local ainda não divulgado no Meio-Oeste, o projeto Stargate já está próximo de uma capacidade planejada de 7 GW, com um investimento total que pode ultrapassar 400 bilhões de dólares nos próximos anos.
A emissão de títulos revela duas intenções claras: a Oracle deseja se estabelecer como o fornecedor padrão de capacidade computacional para grandes players da IA e busca garantir um colchão financeiro robusto. Safra Catz, atual presidente da Oracle, já havia mencionado o fechamento de contratos significativos com “as maiores empresas de IA”, destacando que três desses acordos abrangem valores multimilionários.
Entretanto, a corrida por centros de dados é intensiva em capital e com múltiplos desafios, como a disponibilidade de energia e as cadeias de suprimento de hardware. A Oracle está ciente dos riscos associados a tais empreendimentos, como os atrasos em construções e a incerteza sobre a monetização da IA em ritmo acelerado.
Além disso, o contrato estimado entre OpenAI e Oracle, que poderia chegar a 300 bilhões de dólares pelos serviços de nuvem em cinco anos, gerou discussões sobre a viabilidade e a necessidade de financiamento de ambas as partes.
A companhia se posiciona em um cenário de forte oferta de gás e outras fontes de energia, vital para o funcionamento dos centros de dados. Com a expectativa de que até 25.000 empregos sejam criados durante a fase de construção e operação, Oracle destaca-se não apenas como um fornecedor de tecnologia, mas como um motor de desenvolvimento econômico em diversas regiões.
Com essa expansão e a busca por um papel de destaque na infraestrutura de IA, a Oracle se compromete com uma estratégia de longo prazo, sabendo que a capacidade de atender à crescente demanda determinará seu futuro no setor. A pergunta que fica é: conseguirá a gigante da tecnologia acompanhar o ritmo das investidas necessárias para se manter no centro da corrida da inteligência artificial nas próximas décadas?


