Oracle assegura contrato record e projeta crescimento explosivo em serviços de nuvem
A Oracle anunciou esta semana a assinatura de um contrato de serviços em nuvem avaliado em mais de 30 bilhões de dólares anuais, que começará a impactar suas contas a partir do ano fiscal de 2028. O comunicado feito à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) marca uma nova era na transformação da empresa, solidificando sua posição como um dos protagonistas no mercado global de nuvem.
Embora o cliente que firmou o acordo não tenha sido revelado, trata-se de uma das maiores transações da história da empresa. A CEO, Safra Catz, compartilhou a notícia com sua equipe nesta segunda-feira, ressaltando o impressionante crescimento de três dígitos nas receitas decorrentes de seus serviços de MultiCloud, superando todas as previsões.
Durante a apresentação dos resultados do quarto trimestre fiscal em junho, a Oracle projetou um crescimento de 70% na receita de sua infraestrutura em nuvem (OCI) para o próximo exercício. O presidente e CTO, Larry Ellison, destacou: “A Oracle será a número um em bancos de dados em nuvem, aplicações em nuvem e centros de dados em nuvem. Construiremos e operaremos mais centros de dados do que todos os nossos concorrentes juntos”.
Atualmente, a empresa opera 23 centros de dados MultiCloud, com planos de construir outros 47 no próximo ano. Além disso, a Oracle já possui 29 centros de dados Cloud@Customer funcionando e mais 30 em construção, disponibilizando serviços de nuvem públicos e geridos nas instalações dos clientes.
Catz enfatizou que a demanda por capacidade é sem precedentes, afirmando que “continuamos recebendo mais solicitações de capacidade do que podemos atender”. Tanto Catz quanto Ellison concordam que o crescimento atual do setor de nuvem se deve à explosão da demanda, tanto por serviços tradicionais quanto por novas aplicações em inteligência artificial (IA).
Investimento e expansão no horizonte
Com a grande demanda, a Oracle planeja investir 25 bilhões de dólares em capex até 2026, focando em equipamentos geradores de receita. Catz alertou que esse valor “pode ser insuficiente”. Ellison fixou a meta de criar infraestrutura robusta, investindo em engenharia e redes de alta velocidade para reduzir custos de capital.
A boa notícia para a empresa é que, apesar da escassez de componentes que afeta outros setores, a Oracle não tem enfrentado dificuldades para adquirir GPUs, permitindo que seus planos de expansão avancem sem atrasos. “Estamos implantando capacidade o mais rápido que podemos”, afirmou Catz.
No ano fiscal de 2025, a Oracle reportou rendimentos em infraestrutura de nuvem de 10,2 bilhões de dólares, um crescimento de 51% em relação ao ano anterior. Para o exercício de 2026, espera-se um aumento superior a 70%, impulsionado por novos contratos e expansão de centros de dados.
Catz finalizou com uma declaração clara: “A Oracle está a caminho de não apenas se tornar a maior empresa de aplicações em nuvem do mundo, mas também um dos gigantes da infraestrutura em nuvem global”. Com esse anúncio, a Oracle se posiciona como um ator estratégico na inteligência artificial e na nuvem híbrida, desafiando seus concorrentes, como Amazon Web Services, Microsoft Azure e Google Cloud, em um cenário de intensa competição.