O Departamento de Operações de Paz das Nações Unidas fez um apelo ao Conselho de Segurança para que superem as divisões internas e fortaleçam o apoio às missões da ONU ao redor do mundo, destacando-as como plataformas essenciais para avançar a diplomacia em regiões de conflito. Durante uma sessão do Conselho, realizada na terça-feira, o subsecretário-geral Jean-Pierre Lacroix, juntamente com a secretária-geral assistente, Marta Pobee, abordaram os desafios que incluem a fragmentação política e o aumento das tensões globais.
Lacroix enfatizou que as missões da ONU, que visam proteger civis, são ferramentas indispensáveis para a resolução de conflitos. Ele mencionou que os capacetes azuis frequentemente atuam em ambientes extremamente voláteis, onde a confiança entre as partes é baixa e as condições humanitárias são alarmantes. O avanço nas operações de paz, segundo ele, tem sido gradual, frágil e desigual. O subsecretário-geral citou a Missão da ONU na República Centro-Africana, que ajudou a mediar um acordo político em 2019, e a atuação da Monusco, na República Democrática do Congo, que contribuiu para a redução da violência durante as eleições de 2023.
Lacroix alertou que, sem um “apoio político forte e unido”, as operações de paz se limitam apenas à gestão de conflitos, deixando de promover acordos duradouros. Ele destacou a importância de um engajamento político mais ativo, lembrando que a base de confiança necessária para resolver conflitos, presente nas décadas de 1960 e 1970, precisa ser restaurada no cenário internacional.
A secretária-geral assistente, Marta Pobee, também fez referências históricas, recordando que, mesmo durante a Guerra Fria, as missões da ONU foram fundamentais para a resolução pacífica de disputas em várias regiões. O cenário atual, segundo ela, é marcado por um “déficit de confiança” que complica os esforços para a paz, ressaltando a necessidade de fortalecer as operações de paz da ONU para enfrentar esses desafios.
Origem: Nações Unidas