O Programa Mundial de Alimentos (WFP) alertou que a crescente violência no Haiti está exacerbando a crise de fome e dificultando o acesso às necessidades humanitárias básicas. A escassez de recursos financeiros já resultou na redução de rações e na suspensão de diversos programas de assistência, comprometendo ainda mais a situação das comunidades vulneráveis.
De acordo com o WFP, a combinação de violência armada, deslocamentos forçados e o aumento do custo dos alimentos afeta diretamente milhões de haitianos. O Haiti é o único país nas Américas com níveis catastróficos de fome, com 1,3 milhão de pessoas obrigadas a deixar suas casas em busca de segurança e alimentos. Muitas dessas pessoas encontram abrigo em escolas e prédios públicos, onde enfrentam a falta de educação, renda e serviços essenciais. Mais da metade dos deslocados é composta por crianças, que estão particularmente expostas à desnutrição.
Rose Adolph, uma haitiana que foi forçada a abandonar sua casa devido a um ataque armado, compartilhou sua experiência: “À noite, dormimos 13 pessoas em um único quarto”. Tanya Birkbeck, porta-voz do WFP, confirmou que a situação nas cidades está piorando, com grupos armados cercando áreas residenciais e crianças sendo as maiores vítimas da fome.
Apesar das dificuldades, o WFP conseguiu atender mais de 2 milhões de pessoas este ano, fornecendo refeições escolares para cerca de 600 mil estudantes, das quais mais de 70% são elaboradas com produtos locais, beneficiando agricultores na região. A agência enfatiza que a ajuda humanitária deve ser acompanhada por investimentos em desenvolvimento e segurança para efetivamente combater a crise alimentar.
Com 5,7 milhões de pessoas enfrentando insegurança alimentar aguda, o Haiti permanece como uma das crises alimentares mais sérias e subfinanciadas do mundo. Para atender às necessidades das famílias mais vulneráveis, o WFP estima que são necessários 139 milhões de dólares nos próximos 12 meses.
Origem: Nações Unidas






