Em uma sessão recente do Conselho de Segurança das Nações Unidas dedicada ao Iémen, o secretário-geral António Guterres enfatizou a importância de se evitar ações unilaterais que possam prejudicar o processo de paz no país. Durante sua intervenção, Guterres alertou que tais ações podem não apenas aprofundar divisões, mas também endurecer posições e aumentar o risco de uma escalada e fragmentação do conflito.
A reunião ocorreu logo após o retorno de Guterres de uma visita à região, que incluiu paradas na Arábia Saudita e em Omã. Em suas declarações, o líder da ONU destacou os desafios enfrentados por trabalhadores humanitários que atuam em áreas sob controle dos houthis, descrevendo o ambiente operacional como insustentável. Guterres condenou fortemente a detenção arbitrária de 59 membros do pessoal da ONU e de organizações parceiras, além de ativistas da sociedade civil e missões diplomáticas.
Guterres fez um chamado pela libertação imediata e incondicional dos detidos, sublinhando que as autoridades devem revertê-los e retirar todas as acusações relacionadas ao desempenho de suas funções. “A detenção contínua dos funcionários da ONU representa uma injustiça profunda para aqueles que dedicaram suas vidas a ajudar o povo do Iémen”, afirmou.
O secretário-geral reiterou que as Nações Unidas e seus parceiros não devem ser alvos de ataques ou prisões relacionados às suas atividades. Embora tenha havido uma redução de confrontos desde uma trégua mediada pela ONU em 2022, ele expressou preocupação com a estagnação nas negociações políticas e a crescente tensão regional, que pode complicar ainda mais a situação.
Guterres instou todas as partes envolvidas a se engajarem no diálogo, reduzirem as tensões e buscarem soluções pacíficas para suas divergências. O líder da ONU também pediu aos intervenientes regionais que apoiem os esforços de mediação da ONU, ressaltando a necessidade de uma solução política que preserve a soberania e a integridade territorial do Iémen, atendendo às aspirações de seu povo.
Atualmente, 4,8 milhões de pessoas foram deslocadas devido ao conflito, e 19,5 milhões precisam de assistência humanitária. Guterres reforçou a importância de garantir que as agências humanitárias possam operar sem interferências para facilitar o apoio a milhões de iemenitas que enfrentam dificuldades extremas.
Origem: Nações Unidas





