A 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que ocorre esta semana em Nice, França, tem como missão primordial salvar os oceanos em prol do futuro da humanidade. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou em coletiva de imprensa que os mares estão se aproximando de um ponto crítico, além do qual a recuperação pode ser difícil ou até impossível. Ele denunciou a influência de “poderosos interesses” que, impulsionados pela ganância, estão destruindo este recurso vital, afirmando que “a ganância não pode ditar o destino do planeta”.
Guterres destacou a importância dos oceanos, que não apenas produzem metade do oxigênio que respiramos, mas também sustentam milhões de empregos e são cruciais para o comércio global. A conferência em Nice delineou prioridades essenciais, começando pela transformação da pesca, com um chamado à fiscalização rigorosa contra atividades ilegais e à conservação de 30% das áreas marinhas e costeiras até 2030.
Outro ponto vital discutido foi a necessidade de combater a poluição por plásticos, com medidas para eliminar gradualmente os plásticos descartáveis e promover a reciclagem. O secretário-geral enfatizou que a finalização de um tratado global para acabar com a poluição plástica é urgente.
Além disso, Guterres ressaltou a inclusão dos oceanos nas estratégias de combate às mudanças climáticas, especialmente em vista da próxima COP30, que acontecerá em Belém do Pará, Brasil. Ele solicitou que os planos climáticos nacionais integrem soluções baseadas no oceano, como a proteção de ecossistemas marinhos.
Por fim, ele enfatizou a importância da implementação do Acordo sobre a Biodiversidade Marinha em Áreas para Além da Jurisdição Nacional, conhecido como Tratado de Alto Mar, que já conta com a assinatura de 134 países, embora apenas 49 tenham ratificado até agora. A entrada em vigor depende de 60 ratificações, evidenciando a urgência e a necessidade de ação coletiva para proteger nossos oceanos.
Origem: Nações Unidas