As autoridades do Irã têm sido alvo de críticas internacionais após a execução de pelo menos 841 pessoas desde o início do ano até 28 de agosto, conforme divulgado pelo Escritório das Nações Unidas para Direitos Humanos, sediado em Genebra. O país tem mantido um ritmo alarmante, com uma média de 3,5 execuções diárias, desconsiderando apelos globais para a abolição da pena de morte.
Especialistas da ONU destacam que, em julho, o Irã registrou 110 execuções, mais que o dobro do número verificado no mesmo período do ano anterior. Esse elevado índice de mortes indica um padrão sistêmico onde a pena de morte é utilizada como uma ferramenta de intimidação pelo regime, afetando desproporcionalmente minorias étnicas e migrantes.
Atualmente, 11 indivíduos se encontram no corredor da morte, com seis deles acusados de “rebelião armada” devido a supostas conexões com o grupo Mojahedin-e-Khalq (MEK). Outros cinco foram condenados em relação aos protestos ocorridos em 2022, que se desencadearam após a morte da jovem Mahsa Amini, que foi presa e faleceu sob custódia estatal.
Recentemente, a Suprema Corte iraniana confirmou a pena de morte de Sharifeh Mohammadi, uma ativista pelos direitos dos trabalhadores, gerando ainda mais indignação entre defensores dos direitos humanos. A ONU condena a prática como incompatível com o direito à vida e um risco inaceitável para a existência de inocentes que podem ser erroneamente condenados.
Volker Turk, alto comissário para Direitos Humanos da ONU, pediu que o governo iraniano declare uma moratória na pena de morte, visando sua eventual abolição, e que todas as pessoas condenadas sejam retiradas do corredor da morte.
Origem: Nações Unidas