Na segunda-feira, o secretário-geral da ONU expressou sua tristeza diante da rápida degradação das condições humanitárias na Faixa de Gaza, destacando o colapso dos “últimos recursos que mantêm as pessoas vivas”. O porta-voz António Guterres, através de Stéphane Dujarric, fez um chamado à proteção dos civis, que não devem ser alvos de ataques, e lembrou que a população local enfrenta uma grave escassez de necessidades básicas, como alimentos e assistência médica.
O Programa Mundial de Alimentos (WFP) denunciou que, no domingo, civis palestinos que buscavam ajuda alimentar foram vítimas de um ataque próximo a um posto de controle, resultando em 80 mortos, segundo o Ministério da Saúde local. Em resposta, o exército israelense alegou que os disparos foram um aviso contra uma ameaça percebida, mas as cifras geraram controvérsias.
Ross Smith, diretor de Resposta de Emergência do WFP, alertou que o número de mortes por fome tem aumentado drasticamente. Ele enfatizou a gravidade da situação, revelando que cerca de um terço da população de Gaza não tem acesso à alimentação há vários dias, com um quarto da população vivendo em condições extremas de fome e desnutrição. Smith destacou ainda que quase 100 mil mulheres e crianças necessitam de tratamento urgente devido à desnutrição.
O WFP reforçou a necessidade urgente de uma ajuda humanitária abrangente, especialmente em um cenário onde os mercados estão desfuncionais e a ajuda não consegue chegar adequadamente à população. Além disso, a comunidade humanitária clama por uma atuação mais eficiente no interior de Gaza, incluindo a agilização dos pontos de cruzamento e a redução dos tempos de espera para a aprovação de auxílio.
Guterres fez um apelo urgente, lembrando que Israel tem a obrigação de facilitar a passagem da ajuda humanitária e reiterou a necessidade de proteger não apenas os civis, mas também o pessoal humanitário que atua na região. O panorama na Faixa de Gaza continua a se deteriorar, com apelos internacionais crescentes por uma solução que assegure a sobrevivência dos habitantes.
Origem: Nações Unidas