Uma nova resolução foi aprovada nesta terça-feira no Conselho de Segurança da ONU, visando intensificar o combate às gangues no Haiti. Elaborada em conjunto por Panamá e Estados Unidos, a proposta recebeu 12 votos a favor, com três abstenções, sendo elas da China, Paquistão e Rússia.
A nova força, denominada GSF, terá um mandato inicial de 12 meses e atuará em colaboração estreita com a Polícia Nacional e as Forças Armadas do Haiti. Entre suas prioridades estão operações de inteligência para desarticular facções criminosas, proteger infraestrutura crítica, facilitar o acesso humanitário e resguardar grupos vulneráveis.
Com uma equipe composta por 5.550 membros, a GSF também se dedicará à reintegração de ex-combatentes e ao fortalecimento das instituições haitianas. A missão anterior, chamada Apoio Multinacional à Segurança (MSS), lançada em 2023, enfrentou sérios obstáculos financeiros e de recursos, o que comprometeu sua eficácia em conter a violência crescente.
Eloy Alfaro de Alba, embaixador do Panamá, enfatizou a urgência da situação e ressaltou que “o Haiti não está sozinho” nesse desafio. Mike Waltz, representante dos Estados Unidos, destacou que a nova força é “cinco vezes maior e com um mandato fortalecido para combater os gangues”, reiterando o comprometimento da comunidade internacional em restaurar a segurança no país.
Entretanto, o Conselho de Segurança salientou que o governo haitiano continua sendo o responsável pela segurança nacional, incluindo a implementação de reformas para combater a corrupção, o tráfico de armas e o recrutamento de crianças por grupos armados. A GSF deverá apoiar as autoridades locais na preparação para que o Haiti retome gradualmente o controle de sua própria segurança.
Após a sessão de votação, o embaixador do Haiti, Pierre Ericq Pierre, classificou a nova resolução como “um ponto de viragem decisivo” diante da grave crise do país. Ele enfatizou que, embora a missão MSS representasse um sinal de solidariedade, a enormidade e a complexidade da ameaça exigiam uma resposta mais robusta. Segundo Pierre, o novo mandato ofensivo permitirá que a comunidade internacional responda eficazmente à gravidade da situação e apoie o povo haitiano em sua busca pela estabilidade.
Origem: Nações Unidas






