Diante da crescente agitação política no Nepal, a Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo urgente à contenção de todas as partes envolvidas, enfatizando a importância do diálogo para superar a crise. A entidade também solicitou a realização de investigações independentes e transparentes sobre as alegações de uso excessivo da força e episódios de violência durante os protestos. O país enfrenta seu terceiro dia de tumulto após a queda do primeiro-ministro KP Sharma Oli, em meio a protestos motivados por denúncias de corrupção e nepotismo, resultando em pelo menos 30 mortes confirmadas.
Para restaurar a ordem na capital, Kathmandu, e em outras cidades, o Exército foi mobilizado. A violência e a destruição de edifícios públicos cresceram em resposta ao que foi chamado de “protesto da Geração Z”, que começou na segunda-feira, impulsionado pelo bloqueio do governo a mais de 20 plataformas de redes sociais. A repressão policial, por sua vez, intensificou os confrontos, levando a tiroteios e incêndios em instituições governamentais.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressou preocupação com o uso de força desproporcional contra os manifestantes, a maioria composta por jovens, e fez um apelo à moderação. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também lamentou as perdas de vidas humanas e pediu um escrutínio rigoroso dos eventos recentes. Ele destacou a importância de que o direito internacional dos direitos humanos seja respeitado e que os protestos ocorram de maneira pacífica.
Localmente, os hospitais continuaram a receber feridos em estado crítico, enquanto algumas vítimas permanecem desaparecidas. O Exército estabeleceu postos de controle e pediu à população que permaneça em casa, exceto em situações de emergência. Apesar do cenário caótico, jovens voluntários têm sido vistos ajudando a limpar os destroços, enquanto conversas sobre a formação de um governo interino e possíveis reformas nas instituições tomam forma.
Origem: Nações Unidas