A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) firmou uma parceria com uma universidade na África do Sul para enfrentar o crescente problema do tráfico de rinocerontes. O projeto, que começou no mês passado, introduz isótopos radioativos nos chifres dos rinocerontes. Esta abordagem visa não apenas dissuadir caçadores, mas também permitir a detecção mais eficaz da caça ilegal por meio de alarmes detectáveis em fronteiras, portos e aeroportos.
Dados alarmantes da agência da ONU revelam que mais de 10 mil rinocerontes foram perdidos para a caça ilegal na última década. A África do Sul, que abriga a maior população mundial de rinocerontes, se tornou um alvo frequente para traficantes que exploram o valor dos chifres no mercado negro.
O Projeto Rhisotope, iniciado em 2021, utiliza radiação como um meio de conservação. Testes realizados por pesquisadores da Universidade de Ghent na Bélgica mostraram que a inserção de isótopos não é invasiva e não compromete a saúde dos animais. Com milhões de transeuntes passando por pontos de controle diariamente, essa técnica oferece uma nova linha de defesa contra o tráfico de animais silvestres.
James Larkin, diretor da Unidade de Física de Radiação e Saúde da Universidade de Witwatersrand, destacou que a tecnologia foi desenvolvida para rastrear chifres antes que estes cheguem ao mercado. Após dois anos de pesquisa e simulações, a equipe concluiu que essa metodologia é eficaz e pode, futuramente, ser estendida a outras espécies ameaçadas, como elefantes e pangolins. O enfoque integral do projeto promete trazer resultados significativos na luta contra o tráfico de vida selvagem.
Origem: Nações Unidas