À medida que a crise climática se aprofunda, os desastres naturais estão se tornando cada vez mais frequentes e devastadores. Este fenômeno ameaçador não apenas causa estragos, mas também tem o potencial de aniquilar décadas de progresso em desenvolvimento, em questão de segundos. Em razão disso, as Nações Unidas, no Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres, estão pedindo um esforço global decisivo para “financiar a resiliência, não os desastres”. Atuais estatísticas alarmantes revelam que apenas 2% da assistência ao desenvolvimento e menos de 1% dos orçamentos públicos são aplicados em medidas de redução de riscos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que o baixo investimento em prevenção é “um erro de cálculo com consequências humanas e econômicas devastadoras”. Ele destacou que para cada dólar investido em infraestrutura resiliente nos países em desenvolvimento, há uma economia de quatro dólares em eventos de desastre. Com isso, ele instou que tanto os governos quanto os doadores aumentem urgentemente os investimentos em redução de riscos, e que os setores público e privado integrem essa preocupação em suas decisões estratégicas.
Além do impacto imediato, o custo econômico global de desastres naturais chega a impressionantes US$ 2,3 trilhões anuais, levando em conta perdas indiretas e ambientais. Os países em desenvolvimento suportam a maior parte deste fardo, enquanto as nações mais ricas também enfrentam despesas significativas. Contudo, os dados indicam que investimentos em estratégia preventiva continuam sendo alarmantemente baixos, com menos de 1% dos orçamentos nacionais sendo direcionados a essa área vital.
O relatório da ONU também enfatizou que é imprescindível que os governos integrem a redução de riscos climáticos em suas políticas nacionais, promovendo um ambiente favorável para investimentos resilientes. Regulamentações adequadas e incentivos fiscais são considerados passos fundamentais nessa direção. O objetivo declarado do Dia Internacional é claro: aumentar o financiamento para a redução de riscos e assegurar que todos os investimentos sejam baseados em dados de risco que levem em conta catastróficos futuros.
Instituído em 1989, o Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres visa celebrar a solidariedade global em prol da prevenção. Desde a adoção do Quadro de Sendai, em 2015, tem-se reforçado a importância do fortalecimento das capacidades locais para responder às catástrofes. Com o aumento visível dos custos relacionados a desastres, que já se aproximam de 2,3 trilhões de dólares anuais, a necessidade de ação eficaz se torna ainda mais evidente. Neste contexto, o tema deste ano — “Financiar Resiliência, Não Desastres” — encapsula a urgência com que devemos agir. Como ressaltou António Guterres, “cada investimento em resiliência hoje é uma vida salva amanhã”.
Origem: Nações Unidas

