As Nações Unidas passaram por um ano desafiador, marcado por conflitos armados e crises econômicas em múltiplas regiões do planeta. A organização, que celebra seu octogésimo aniversário, enfrenta a necessidade premente de adotar ações eficazes contra as mudanças climáticas e de promover a paz em um ambiente global repleto de tensões. Nesta quinta-feira, o secretário-geral António Guterres apresentou seu relatório anual, enfatizando a resiliência dos funcionários da ONU que atuam em condições extremas e perigosas.
Em um esforço coordenado, a ONU apelou por US$ 50 bilhões para ajudar 198 milhões de pessoas necessitadas. No último ano, conseguiu mobilizar metade desse valor, beneficiando 116 milhões de indivíduos em situação crítica em 77 países. As operações de assistência incluíram intervenções em locais como o Chifre da África, Gaza, Sudão e regiões afetadas por desastres naturais, como os terremotos em Vanuatu.
Contudo, esse trabalho teve um custo humano devastador: 373 trabalhadores humanitários perderam a vida, tornando-se o ano mais letal até agora. A maioria das vítimas eram funcionários da Unrwa, que atuavam em Gaza.
O relatório também destacou a importância da diplomacia para a paz, com a ONU engajando-se em processos de negociação na Síria, alinhada à resolução do Conselho de Segurança que busca uma solução pacífica para o país. No Líbano, a missão de paz da ONU ajudou a mediar um cessar-fogo, promovendo a segurança ao longo da Linha Azul, enquanto investimentos significativos foram feitos em planos nacionais de paz focados na igualdade de gênero em 32 países.
A Cúpula do Futuro de 2024 representou um marco no multilateralismo, resultando na adoção do Pacto para o Futuro, que visa revitalizar a cooperação internacional em benefício das pessoas e do meio ambiente. Guterres também anunciou a formação de um painel científico para discutir o impacto da inteligência artificial, enfatizando a centralidade dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável nas ações futuras da ONU.
Origem: Nações Unidas

