O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, anunciou nesta terça-feira, durante uma visita oficial ao Haiti, que a organização destinará US$ 9 milhões para apoiar o país. A quantia, proveniente do Fundo Central de Resposta a Emergências (Cerf), visa incrementar a assistência a essa nação caribenha, que enfrenta uma grave crise humanitária.
O novo financiamento permitirá que as Nações Unidas e seus parceiros ampliem o apoio vital a mais de um milhão de pessoas deslocadas internamente, além das comunidades que as acolhem, especialmente nas regiões do Centro e do Artibonite. Essas áreas têm sofrido drasticamente com a falta de alimentos, água, abrigo, cuidados de saúde, saneamento e proteção.
Além dos US$ 9 milhões, a ONU também enviará uma contribuição de US$ 4 milhões do Fundo Humanitário Regional para a América Latina e o Caribe, voltada para as comunidades deslocadas e de acolhimento. Um montante adicional de US$ 500 mil será destinado a esforços de preparação para possíveis furacões, que costumam afetar a região nesta época do ano.
A resposta humanitária no Haiti está enfrentando sérias lacunas de financiamento. Até o momento, o apelo humanitário da ONU recebeu menos de 12% dos US$ 908 milhões necessários para atender às necessidades mais urgentes. Durante sua estadia em Porto Príncipe, Fletcher visitou um acampamento de deslocados, um hospital e um centro juvenil, constatando as condições extremas em que muitas famílias vivem.
Atualmente, o Haiti registra o maior número de deslocados internos da sua história, com mais de 1,3 milhão de pessoas forçadas a deixar suas casas devido à crescente violência e insegurança. Fletcher ressaltou que “as necessidades estão aumentando rapidamente em um momento em que o financiamento está em mínimos históricos”, enfatizando a urgência em “proteger vidas e restaurar a esperança” no país.
Este ano, quase seis milhões de haitianos, o que representa metade da população, precisam de assistência vital. Um número alarmante enfrenta níveis significativos de insegurança alimentar, e mais de 8.400 pessoas já vivem em condições similares à fome. “A comunidade internacional deve intensificar seu apoio. Sem recursos adequados, não conseguiremos atender às necessidades básicas de milhões de haitianos em situação desesperadora”, reforçou Fletcher.
Origem: Nações Unidas