O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, alertou que os efeitos do conflito na Ucrânia, que já dura quase quatro anos, agravaram-se significativamente para a população civil. Um relatório recente de seu gabinete, que abrange o período de junho a novembro deste ano, revela um aumento alarmante nos atos de violência, apesar das tentativas de resolução diplomática.
Türk destacou que o número de vítimas civis em 2025 é 24% maior do que no mesmo período do ano passado. Esse aumento é atribuído ao uso crescente de mísseis de longo alcance e drones pelas forças russas, afetando tanto áreas urbanas quanto regiões remotas. O ataque mais devastador ocorreu em 19 de novembro, quando centenas de drones e mísseis atingiram edifícios residenciais, resultando em inúmeras mortes e feridos, sendo descrito como o mais letal numa região específica desde o início do conflito.
O relatório também faz menção aos ataques contínuos a infraestruturas energéticas, que resultaram em cortes prolongados de eletricidade, aquecimento e transporte público, afetando ainda mais a vida diária da população, especialmente com a chegada do inverno. Famílias, idosos e pessoas com deficiência estão em situação vulnerável, uma vez que os serviços essenciais e as instalações de saúde têm permanecido fechados por longos períodos nas comunidades afetadas.
Além disso, Türk expressou preocupação com a situação dos prisioneiros de guerra, documentando casos de execuções extrajudiciais e tortura em centros de detenção. Nos territórios ocupados pela Rússia, as restrições às liberdades fundamentais e as limitações no acesso à informação têm aumentado, levantando sérias questões sobre a violação dos direitos humanos.
O alto-comissário fez um apelo para que a Rússia cesse as hostilidades, respeitando o direito internacional e protegendo a população civil, enquanto também exortou a Ucrânia a garantir a proteção de seus prisioneiros de guerra. Ele enfatizou que qualquer iniciativa de cessar-fogo e paz duradoura deve ser fundamentada na Carta das Nações Unidas e incluir medidas imediatas de construção de confiança.
Origem: Nações Unidas





