Na abertura da 60ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, o alto-comissário das Nações Unidas, Volker Türk, fez um forte apelo para a proteção dos direitos humanos, alertando que as regras da guerra estão sendo “dilaceradas”. Türk enfatizou que alguns Estados estão se tornando “extensões do poder pessoal dos seus dirigentes” e instou à necessidade urgente de ação. “Nenhum de nós está seguro quando os direitos humanos são atacados”, declarou, chamando atenção para a crescente propaganda bélica que permeia a comunicação oficial dos governos.
Türk criticou a detenção ilegal de funcionários da ONU no Iémen, classificada como “um ataque direto ao sistema das Nações Unidas”, e condenou a retirada dos EUA do Acordo de Paris, um movimento que, segundo ele, foi seguido por outros países. Além disso, ele expressou preocupação com a desvalorização da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável e a saída de diversos estados do Tratado de Ottawa sobre minas terrestres.
O alto-comissário apresentou um panorama sombrio das violações de direitos humanos pelo mundo, destacando a situação das mulheres e meninas no Afeganistão, o colapso da ordem no Haiti, e a intensificação da violência na Nigéria. Ele também mencionou a fragilidade do processo de paz na Síria e a escalada da letalidade do conflito na Ucrânia.
Türk criticou a comunidade internacional pela falta de resposta efetiva à crise em Gaza, questionando onde estavam os esforços para prevenir genocídios e proteger a vida dos civis. Ele fez um apelo aos países para que suspendessem o fornecimento de armas a Israel, alertando para o risco de violações das leis da guerra.
As preocupações se estenderam à Guiné-Bissau e outros países africanos, onde a repressão a opositores e a limitação da liberdade de imprensa foram condenadas. Na Etiópia, Türk pediu garantias de que as eleições fossem livres e justas.
Concluindo sua fala, Türk reafirmou que os direitos humanos são um direito de nascimento que deve ser assegurado a todas as crianças, sublinhando que abusos cometidos contra um grupo refletem um padrão mais amplo de opressão, que ameaça as liberdades fundamentais para todos.
Origem: Nações Unidas