Europa enfrenta um ponto de inflexão decisivo em sua relação com o software de código aberto, segundo um novo relatório da Linux Foundation em colaboração com a Canonical, responsável pelo sistema Ubuntu. O estudo, intitulado “Open Source as Europe’s Strategic Advantage”, destaca que o código aberto se tornou uma ferramenta estratégica crucial para a competitividade e a inovação do continente.
O relatório indica que 64% das empresas europeias utilizam software open source em seus sistemas operacionais, enquanto 55% o emprega em tecnologias de nuvem e contêineres. Apesar da adoção crescente, apenas 34% das organizações possuem uma estratégia de software de código aberto bem definida. A pesquisa revelou ainda que 86% dos colaboradores não executivos consideram o OSS essencial para o futuro de suas organizações, contrastando com apenas 62% dos executivos sêniores.
Organizações que estão ativamente engajadas com o código aberto relatam benefícios significativos: 63% afirmam que isso aumenta a produtividade, 62% notam uma redução na dependência de fornecedores externos, e 68% acreditam que isso as torna mais competitivas. No entanto, o relatório também aponta uma baixa taxa de contribuição para projetos de código aberto, onde mais de 50% das organizações contribuem de maneira limitada ou não contribuem.
O código aberto também é visto como uma alternativa para aumentar a soberania digital na Europa, especialmente em um contexto de tensões geopolíticas. 89% dos entrevistados acreditam que o OSS é a principal via para desenvolver uma inteligência artificial soberana. Iniciativas como o projeto OpenGPT-X na Alemanha e a Mistral AI na França servem como exemplos do potencial deste modelo.
Por fim, o estudo aponta a necessidade urgente de investimento e políticas públicas que fortaleçam o software de código aberto na Europa, destacando que a construção de uma estratégia madura e coordenada será fundamental para garantir a competitividade do continente em setores chave.