A indústria dos semicondutores enfrenta um novo desafio, com a miniaturização extrema e os preços de fabricação subindo até níveis sem precedentes. A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), maior fabricante de chips do mundo, anunciou que o custo por wafer do seu novo nodo de 2 nanômetros (N2) vai atingir impressionantes 30.000 dólares, enquanto o futuro processo de 1,4 nanômetros pode elevar esse valor para 45.000 dólares.
Esse aumento no custo é reflexo da complexidade técnica envolvida: a fabricação de chips em processos tão avançados exige mais de 2.000 passos distintos e um controle rigoroso de erros, algo que apenas alguns poucos gigantes globais conseguem realizar. A TSMC está investindo pesadamente em novas fábricas em Hsinchu e Kaohsiung, impulsionada pelo aumento da demanda em setores como inteligência artificial, smartphones premium e centros de dados em nuvem.
Os principais nomes da tecnologia estão se preparando para utilizar o nodo N2 em 2026 e 2027, incluindo Apple, Qualcomm, MediaTek, AMD, Fujitsu, Microsoft, Amazon Web Services e Google. Essa elite tecnológica demonstrará sua capacidade em dominar uma tecnologia que requer anos de know-how.
Entretanto, fabricar um chip utilizando tecnologia de 2 nm não é apenas um custo de wafer; o investimento total pode chegar a 725 milhões de dólares, que engloba todo o processo desde o design até a produção inicial. Estas barreiras financeiras tornam a competição ainda mais desafiadora.
Além disso, a TSMC prevê uma capacidade de produção de 30.000 wafers mensais até o final de 2025, mostrando a crescente adoção desse novo nodo. Contudo, a ausência de NVIDIA nessa lista inicial de clientes é notável, pois a empresa optou por continuar utilizando a tecnologia de 3 nm até que o nodo de 2 nm se torne mais viável.
Para a TSMC, este ciclo representará uma nova era dominada por chips de IA, com um crescimento previsto de 40% ao ano a partir de 2024. A corrida pela tecnologia de ponta no setor é clara: apenas empresas com a força e o conhecimento adequados, como Apple, AMD, Microsoft e Amazon, conseguirão prosperar nesse novo cenário, escapando dos riscos de ficarem para trás em um mercado onde cada nanômetro conta.