NVIDIA Responde a Acusações de Vulnerabilidades em Chips de Inteligência Artificial
Em meio a crescentes tensões geopolíticas, a NVIDIA, gigante californiana de tecnologia, se posicionou firmemente contra acusações de que seus chips H20 de alto desempenho teriam "portas dos fundos". Em um comunicado divulgado no final do dia 31 de julho, a empresa negou categoricamente a possibilidade de acesso ou controle remoto por terceiros.
A declaração surgiu horas após a Administração do Ciberespaço da China (CAC) convocar a NVIDIA para fornecer esclarecimentos sobre supostas falhas de segurança nos chips comercializados no país. Fontes alegam que essas vulnerabilidades poderiam facilitar técnicas de rastreamento e desligamento remoto, algo que a empresa refutou vigorosamente.
“A cibersegurança é uma prioridade absoluta para nós. Os chips da NVIDIA não contêm nenhuma porta dos fundos nem permitem controle remoto por terceiros”, afirmou um porta-voz.
Nos últimos dias, especialistas em inteligência artificial dos EUA e legisladores começaram a considerar a inclusão de funcionalidades de rastreamento nos chips de alto desempenho, especialmente os exportados para a China. Relatos da mídia afirmaram que tecnologias de desligamento remoto e geolocalização já teriam amadurecido o suficiente para serem aplicadas em chips como o H20.
Essas alegações alarmaram Pequim, levando a CAC a exigir documentação detalhada e garantias sobre a segurança nacional e a privacidade dos usuários, em conformidade com leis locais como a Lei de Cibersegurança e a Lei de Proteção de Dados.
O episódio reacendeu desconfianças sobre o uso de tecnologia estrangeira em setores críticos. O Ministério de Segurança do Estado da China emitiu um alerta sobre os riscos de produtos importados com potenciais funcionalidades de espionagem, recomendando o uso de hardware nacional.
As implicações não são apenas tecnológicas, mas também econômicas. Apesar de a NVIDIA afirmar que suas vendas na China estão em conformidade com normas internacionais, as tensões podem impactar sua atuação no mercado chinês. Durante os dias que se seguiram, as ações da NVIDIA apresentaram volatilidade, enquanto as ações de empresas chinesas, como a Huawei, sofreram alta.
Os chips H20 foram projetados como uma versão "limitada" das GPUs de alta gama da NVIDIA, adaptados para atender às restrições de exportação dos EUA. No entanto, com a atual situação, o futuro comercial desses chips na China permanece incerto.
Embora a NVIDIA tenha adotado um tom conciliador em seu comunicado, as autoridades chinesas insistem na auditoria rigorosa de componentes críticos, o que pode resultar em novas regulamentações que afetem a importação de chips H20 em projetos estatais.
À medida que a desconfiança cresce, o setor tecnológico global observa de perto as repercussões do conflito entre Washington e Pequim pelo controle da inteligência artificial e a supremacia em semicondutores.