O Metaverso já não é apenas uma promessa futurista ou um espaço de lazer digital. Na Automatica 2025, a principal feira internacional de automação inteligente realizada em Munique, a versão industrial dessa tecnologia – o Metaverso Industrial – se apresenta como uma revolução transversal para todos os setores produtivos. No centro desse salto tecnológico está a NVIDIA, que com sua plataforma Omniverse e parcerias com líderes como Siemens, Sick e Schunk, demonstra que essa visão já está em andamento.
Um dos casos mais citados na Automatica foi a fábrica digital nativa da Siemens em Nankin, desenvolvida completamente em ambientes virtuais antes de sua construção física. Graças ao seu gêmeo digital fotorealista e funcional, foi possível otimizar a planta, corrigir erros de design em fases iniciais e duplicar sua capacidade produtiva em comparação a plantas convencionais. Isso só foi viável devido à sinergia entre a plataforma Xcelerator da Siemens e o motor de simulação avançada da NVIDIA Omniverse.
Esse caso evidencia que o Metaverso Industrial não é apenas uma representação visual, mas um ambiente interativo, operacional e preditivo, onde cada componente – de um sensor a uma célula robótica – tem um gêmeo digital funcional e sincronizado em tempo real.
A NVIDIA desempenha um papel crucial no desenvolvimento de ambientes virtuais industriais através do Omniverse, uma plataforma que permite integrar gêmeos digitais de diversas fontes utilizando padrões abertos e uma capacidade gráfica sem precedentes. Empresas como a Sick já integraram versões digitais de seus produtos dentro do Omniverse para facilitar testes em ambientes 3D simulados com o Robotic Simulation Kit. Isso permite que integradores e projetistas de sistemas de automação validem comportamentos de sensores, planejem linhas de produção e prevejam interações complexas sem a necessidade de protótipos físicos, acelerando o desenvolvimento e diminuindo custos.
Outro expositor em destaque, a Schunk, implementou uma célula robótica completa dentro do Metaverso, que replica com precisão sua homóloga física. Essa demonstração de “engenharia digital contínua” permite trabalhar com o produto desde seu design até sua manutenção pós-venda, tudo dentro do ambiente virtual compartilhado. Segundo Timo Gessmann, CTO da Schunk, “o Metaverso Industrial nos permite planejar, simular, testar e até manter produtos sem sair do ambiente digital. Isso reduz tempos, erros e barreiras entre equipes de trabalho”. Essa visão, respaldada pela potência gráfica da NVIDIA e pela colaboração entre diversos atores, aponta para um novo paradigma de desenvolvimento industrial.
Um desafio importante do Metaverso Industrial é sua adoção por pequenas e médias empresas. Nesse sentido, firmas como a igus apostaram na criação do “iguverse”, um ambiente acessível onde até mesmo usuários sem experiência técnica possam projetar produtos com eficiência e sustentabilidade. A NVIDIA, como parceira tecnológica, oferece o suporte necessário em termos de hardware e software para que essas experiências sejam fluidas e realistas.
Os robots colaborativos low-cost RBTX, integrados com gêmeos digitais e soluções de IA no Omniverse, permitem que as PMEs explorem o Metaverso com orçamentos limitados e sem depender de grandes departamentos de P&D.
Uma das conclusões-chave que emergem da Automatica 2025 é que o Metaverso Industrial não pode ser construído de forma isolada. Ele requer plataformas abertas, modelos de dados padronizados e uma mentalidade colaborativa. Como destaca Gessmann: “O mundo virtual não é criado por uma única empresa. A cooperação e a interoperabilidade são condições básicas para construir o Metaverso Industrial”.
Nesse novo cenário, a NVIDIA atua como facilitadora tecnológica, oferecendo o ambiente onde converge a visão de fabricantes de sensores, robôs, PLCs e plataformas de automação, tudo isso com uma base comum de simulação, visualização e treinamento de inteligência artificial.
Apesar do avanço da virtualização, os organizadores da Automatica lembram que os encontros presenciais continuam sendo insubstituíveis para gerar confiança e acordos. O Metaverso Industrial avança, mas faz isso apoiado na experiência, no contato direto e na colaboração presencial, como a que está sendo vivida estes dias nos pavilhões de Munique.
Com a NVIDIA e seus aliados liderando essa transformação, o Metaverso Industrial não se perfila apenas como uma moda, mas como o próximo salto quântico da produtividade global. Uma convergência de IA, robótica e simulação que promete redefinir o design, a fabricação e a operação das fábricas do amanhã.