A corrida pela inteligência artificial não ocorre apenas nos centros de dados das grandes empresas de tecnologia, mas também está se redefinindo em laboratórios, universidades e centros de pesquisa. Essas instituições buscam responder perguntas profundas, desde a formação de galáxias até como se propagam os terremotos, quais materiais podem criar baterias mais duráveis e como modelar um clima cada vez mais extremo.
Durante a conferência SC25, realizada em St. Louis, EUA, a NVIDIA apresentou números impressionantes dessa revolução científica: mais de 80 novos sistemas científicos baseados em sua plataforma de computação acelerada foram implementados no último ano, totalizando uma capacidade de cerca de 4.500 exaflops de desempenho em IA. Isso resulta, na prática, em uma rede global de “microscópios digitais” que utilizam GPUs, CPUs especializadas e redes de ultra baixa latência para realizar ciência em uma escala nunca antes vista.
Dentre estes sistemas, destaca-se o Horizon, o novo supercomputador acadêmico mais potente dos Estados Unidos, assim como os sete sistemas de IA do Departamento de Energia (DOE) alocados entre Argonne e Los Álamos. O exascale europeu JUPITER também faz parte dessa constelação crescente de máquinas em operação, situadas em países como Japão, Coréia do Sul e Taiwan.
O Texas Advanced Computing Center (TACC) se prepara para lançar o Horizon, um supercomputador que almeja ser o motor da ciência acadêmica americana a partir de 2026. Com 4.000 GPUs NVIDIA Blackwell e até 80 exaflops de computação em IA, o Horizon é projetado para simulações específicas, como a mecânica das doenças, astrofísica em larga escala, novos materiais quânticos e sismologia.
Paralelamente, o DOE anunciou a construção de sete supercomputadores de IA, que serão dispersos entre os laboratórios Argonne e Los Alamos, fortalecendo a interconexão entre esses novos sistemas e uma rede de instrumentos científicos, com o objetivo de converter dados em modelos de IA que aceleração de descobertas em diversas áreas.
Na Europa, o Jülich Supercomputing Centre (JSC) tornou-se um protagonista ao superar a barreira do exaflop com seu supercomputador JUPITER, otimizando simulações climáticas. Outros sistemas europeus acelerados pela NVIDIA começam a emergir, apontando para a construção de uma infraestrutura de computação acelerada que impulsiona a soberania científica e tecnológica do continente.
No continente asiático, Japão, Coréia do Sul e Taiwan estão investindo pesadamente em supercomputadores de IA. O Japão, através do instituto RIKEN e da Tokyo University of Technology, está integrando novos sistemas para pesquisa em IA e computação quântica, enquanto a Coréia do Sul e Taiwan estão projetando infraestruturas tecnológicas feitas sob medida para atender às necessidades locais.
Por fim, a crescente adoção de supercomputadores de IA levanta questões sobre a sustentabilidade energética dessas operações. A NVIDIA aposta em arquiteturas de alta eficiência e redes otimizadas, mas o debate sobre o impacto energético da IA continua a ser uma preocupação relevante. O que está claro é que a fusão entre simulação, dados e inteligência artificial está mudando a maneira como a ciência é realizada, tornando-se uma nova ferramenta fundamental em diversas disciplinas.






